quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ENCONTRO DE FORMAÇÃO ARQUIDIOCESANO PARA CATEQUISTAS 2015 - TEXTOS

Textos utilizados nos Encontros de Formação nos Vicariatos em Fevereiro 2015.



31. A família é reconhecida no povo de Deus como um bem inestimável, o ambiente natural de crescimento da vida, uma escola de humanidade, de amor e de esperança para a sociedade. Ela continua a ser um espaço privilegiado no qual Cristo revela o mistério e a vocação do homem. Ao lado da afirmação partilhada deste dado originário, a grande maioria das respostas afirma que a família pode ser este lugar privilegiado, deixando entender, e por vezes explicitamente constatando, uma distância preocupante entre a família nas formas em que hoje é conhecida e o ensinamento da Igreja a este propósito. A família encontra-se objetivamente num momento muito difícil, com realidades, histórias e sofrimentos complexos, que necessitam de um olhar compassivo e compreensivo. É este olhar que permite que a Igreja acompanhe as famílias como são na realidade e a partir daqui anunciar o Evangelho da família segundo as suas necessidades específicas.

32. Reconhece-se nas respostas como durante muitos séculos a família tenha desempenhado um papel significativo no âmbito da sociedade: de fato, ela é o primeiro lugar onde a pessoa se forma na sociedade e para a sociedade. Reconhecida como o lugar natural para o desenvolvimento da pessoa, é por isto também o fundamento de qualquer sociedade e Estado. Em síntese, ela é definida a «primeira sociedade humana». A família é o lugar onde se transmitem e se podem aprender desde os primeiros anos de vida valores como fraternidade, lealdade, amor à verdade e ao trabalho, respeito e solidariedade entre as gerações, assim como a arte da comunicação e da alegria. Ela é o espaço privilegiado para viver e promover a dignidade e os direitos do homem e da mulher. A família, fundada no matrimônio, representa o âmbito de formação integral dos futuros cidadãos de um país.

33. Um dos grandes desafios da família contemporânea consiste na tentativa da sua privatização. Há o risco de esquecer que a família é a «célula básica da sociedade, o espaço onde se aprende a conviver na diferença e a pertencer aos outros» (EG 66). É necessário propor uma visão aberta da família, fonte de capital social, o que significa, de virtudes essenciais para a vida comum. Na família aprende-se o que é o bem comum, porque nela se pode fazer a experiência da bondade de viver juntos. Sem família o homem não pode sair do seu individualismo, pois só nela se aprende a força do amor para apoiar a vida, e «sem um amor fiável, nada poderia manter verdadeiramente unidos os homens: a unidade entre eles seria concebível apenas enquanto fundada sobre a utilidade, a conjugação dos interesses, o medo, mas não sobre a beleza de viverem juntos, nem sobre a alegria que a simples presença do outro pode gerar» (LF 51).

34. Será necessário refletir sobre o que significa hoje promover uma pastoral capaz de estimular a participação da família na sociedade. As famílias não são só objeto de proteção por parte do Estado, mas devem recuperar o seu papel como sujeitos sociais. Neste contexto surgem muitos desafios para as famílias: a relação entre a família e o mundo do trabalho, entre a família e a educação, entre a família e a saúde; a capacidade de unir entre si as gerações, de modo que não se abandonem os jovens nem os idosos; o desenvolvimento de um direito de família que tenha em consideração as suas relações específicas; a promoção de leis justas, como as que garantem a defesa da vida humana desde a sua concepção e as que promovem a bondade social do matrimónio autêntico entre o homem e a mulher.


35. Um certo número de respostas frisa a imagem da Trindade refletida na família. A experiência do amor recíproco entre os esposos ajuda a compreender a vida trinitária como amor: através da comunhão vivida em família as crianças podem divisar uma imagem da Trindade. Recentemente, o Santo Padre Francisco recordou nas suas catequeses sobre os sacramentos que «quando um homem e uma mulher celebram o sacramento doô, Deus, por assim dizer, “espelha-se” neles, imprime neles os seus lineamentos e o caráter indelével do seu amor. O matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós. Com efeito, também Deus é comunhão: as três Pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo vivem desde sempre e para sempre em unidade perfeita. É precisamente nisto que consiste o mistério do Matrimônio: dos dois esposos Deus faz uma só existência» (Audiência geral de 2 de Abril de 2014).


36. De maneira quase constante, as respostas frisam a importância da família de Nazaré como modelo e exemplo para a família cristã. O mistério da Encarnação do Verbo no seio de uma família revela-nos que ela é um lugar privilegiado para a revelação de Deus ao homem. Com efeito, reconhece-se como precisamente a família é o lugar normal e quotidiano do encontro com Cristo. O povo cristão olha para a família de Nazaré como exemplo de relação de amor, como ponto de referência para cada realidade familiar e como conforto na tribulação. A Igreja dirige-se à família de Nazaré para confiar as famílias na sua realidade concreta de alegria, de esperança e de sofrimento.

37. As respostas recebidas evidenciam a importância do amor vivido em família, definida «sinal eficaz da existência do Amor de Deus», «santuário do amor e da vida». A primeira experiência de amor e de relação é feita em família: é frisada a necessidade de que cada criança viva no calor e nas atenções protetoras dos pais, numa casa na qual reina a paz. As crianças devem poder sentir que Jesus está com elas e que nunca estão sozinhas. A solidão das crianças, devida à debilidade dos vínculos familiares está presente sobretudo nalgumas áreas geográficas. Também as correções devem orientar-se para fazer com que as crianças possam crescer num ambiente familiar no qual se vive o amor, e os pais realizem a sua vocação de serem colaboradores de Deus no desenvolvimento da família humana.

38. É frisado com insistência o valor formativo do amor vivido em família, não só para os filhos, mas para todos os seus membros. A família é definida «escola de amor», «escola de comunhão», um «ginásio de relações», o lugar privilegiado no qual se aprende a construir relações significativas, que ajudem o desenvolvimento da pessoa até à capacidade da doação de si. Algumas respostas frisam que o conhecimento do mistério e da vocação da pessoa humana está ligado com o reconhecimento e o acolhimento no seio da família dos diferentes dons e capacidades de cada um. Sobressai aqui a ideia da família como «primeira escola de humanidade»: nisto ela é considerada insubstituível.


39. O papel dos pais, primeiros educadores na fé, é considerado essencial e vital. Com frequência se evidencia o testemunho da sua fidelidade e, em particular, da beleza da sua diferença; por vezes afirma-se simplesmente a importância dos papéis distintos de pai e mãe. Noutros casos, é ressaltada a positividade da liberdade, da igualdade entre os cônjuges e da sua reciprocidade, assim como a necessidade do envolvimento de ambos os pais tanto na educação dos filhos como nos trabalhos domésticos, como é afirmado nalgumas respostas, sobretudo naquelas da Europa.

40. Em relação ainda à diferença, por vezes é frisada a riqueza da diferença intergeracional que se pode experimentar em família, em cujo âmbito se vivem eventos decisivos como o nascimento e a morte, os sucessos e as desventuras, a metas alcançadas e as desilusões. Através destes e de outros eventos, a família torna-se o lugar no qual os filhos crescem no respeito da vida, na formação da sua personalidade, atravessando todas as fases da existência.

41. É evidenciada com insistência nas respostas a importância que a fé seja compartilhada e tornada explícita por parte dos pais, começando pelo estilo de vida do casal na relação entre si e com os filhos, mas também através da partilha do seu conhecimento e consciência de Cristo, o qual - como é recordado constantemente - deve estar no centro da família. No contexto de uma sociedade plural os pais podem assim oferecer aos filhos uma orientação básica para a sua vida, que os possa apoiar também depois da infância. Por isto são afirmadas a necessidade de criar um espaço e um tempo para estar juntos em família e a necessidade de uma comunicação aberta e sincera, num diálogo constante.

42. É unanimemente frisada a importância da oração em família, como igreja doméstica (cf. LG 11), a fim de alimentar uma verdadeira «cultura familiar de oração». Com efeito, o conhecimento autêntico de Jesus Cristo é promovido em família pela oração pessoal e, em particular, familiar, segundo as formas específicas e as práticas domésticas, consideradas uma forma eficaz para transmitir a fé às crianças. É feita grande insistência também sobre a leitura comum da Escritura, assim como sobre outras formas de oração, como a bênção da mesa e a recitação do rosário. É contudo explicitado que a família igreja doméstica não pode substituir a comunidade paroquial; além disso, frisa-se a importância da participação familiar na vida sacramental, na Eucaristia dominical e nos sacramentos da iniciação cristã. Em várias respostas, é sublinhada também a importância de viver o sacramento da reconciliação e a devoção mariana.


43. Além disso, é realçada a importância da família para um desenvolvimento integral: a família resulta ser fundamental para a maturação daqueles processos afetivos e cognitivos que são decisivos para a estruturação da pessoa. Por ser ambiente vital no qual a pessoa se forma, a família é também fonte na qual adquirir a consciência de ser filhos de Deus, chamados por vocação ao amor. Outros lugares contribuem para o crescimento da pessoa, como a convivência social, o mundo do trabalho, a política, a vida eclesial; contudo, reconhece-se como os fundamentos humanos adquiridos em família permitam aceder a ulteriores níveis de socialização e estruturação.

44. A família confronta-se quotidianamente com muitas dificuldades e provas, como indicam muitas respostas. Ser uma família cristã não garante automaticamente a imunidade de crises até profundas, através das quais contudo a família se consolida, chegando assim a reconhecer a própria vocação originária no desígnio de Deus, com o apoio da ação pastoral. A família é uma realidade já «dada» e garantida por Cristo, e deve ser «construída» todos os dias ao mesmo tempo com paciência, compreensão e amor.

45. Um dado importante que sobressai das respostas é que também face a situações bastante difíceis, muitas pessoas, sobretudo jovens, sentem o valor do vínculo estável e duradouro, um verdadeiro desejo de matrimônio e família, no qual realizar um amor fiel e indissolúvel, que ofereça serenidade para o crescimento humano e espiritual. O «desejo de família» revela-se como um verdadeiro sinal dos tempos, que pede para ser aproveitado como ocasião pastoral.

46. É necessário que a Igreja se ocupe das famílias que vivem situações de crise e de stress; que a família seja acompanhada durante todo o ciclo da vida. A qualidade das relações no âmbito da família deve ser uma das preocupações cruciais da Igreja. O primeiro apoio vem de uma paróquia vivida como «família de famílias», identificada como o centro principal de uma pastoral renovada, feita de acolhimento e de acompanhamento, vivido na misericórdia e na ternura. Indica-se a importância de organizações paroquiais de apoio à família.

47. Além disso, nalguns casos é urgente a necessidade de acompanhar situações nas quais os vínculos familiares estão ameaçados pela violência doméstica, com intervenções de apoio capazes de curar as feridas infligidas, e desenraizar as causas que as determinaram. Onde dominam abuso, violência e abandono não pode haver nem crescimento nem percepção alguma do próprio valor.

48. Por fim, evidencia-se a importância de uma estreita colaboração entre as famílias/casas e a paróquia, na missão de evangelizar, assim como a necessidade do envolvimento ativo da família na vida paroquial, através de atividades de subsidiariedade e solidariedade a favor de outras famílias. A este respeito, menciona-se a ajuda preciosa de comunidades compostas por famílias. Também a pertença a movimentos e associações pode ser particularmente significativa do ponto de vista do apoio.


49. É frisada com muita frequência a necessidade de uma pastoral familiar que tenha como objetivo uma formação constante e sistemática acerca do valor do matrimonio como vocação, da redescoberta da genitorialidade (paternidade e maternidade) como dom. O acompanhamento do casal não se deve limitar à preparação para o matrimonio, em relação à qual se aponta - aliás - a necessidade de rever os percursos. Evidencia-se sobretudo a necessidade de uma formação mais constante e minuciosa: bíblica, teológica, espiritual, mas também humana e existencial. Faz-se presente a necessidade de que a catequese assuma uma dimensão intergeracional, que envolva ativamente os pais no percurso de iniciação cristã dos próprios filhos. Nalgumas respostas é indicada uma particular atenção às festas litúrgicas, como o tempo de Natal e sobretudo a festa da Sagrada Família, como momentos preciosos para mostrar a importância da família e apreender o contexto humano no qual Jesus cresceu, no qual aprendeu a falar, amar, rezar e trabalhar. Recomenda-se a necessidade de salvaguardar, também sob o ponto de vista civil, onde for possível, o domingo como dia do Senhor; como dia no qual favorecer o encontro na família e com as outras famílias.





132. Os desafios que a família deve enfrentar no âmbito educativo são múltiplos; muitas vezes, os pais sentem-se despreparados perante esta tarefa. O Magistério recente insistiu sobre a importância da educação, para a qual os cônjuges recebem também uma graça singular no seu matrimônio. Nas respostas e observações frisou-se que a educação deve ser integral, suscitando a grande interrogação sobre a verdade, que pode orientar no caminho da vida (cf. Bento XVI, Discurso, 21 de Janeiro de 2008), e que nasce sempre no âmbito de um amor, a começar pela experiência de amor que vive o filho acolhido pelos pais (cf. Bento XVI, Discurso, 23 de Fevereiro de 2008). A educação consiste numa introdução ampla e profunda na realidade global e em particular na vida social, e é responsabilidade primária dos pais, que o Estado deve respeitar, salvaguardar e promover (cf. GE 3; FC 37). O Papa Francisco ressaltou a importância da educação na transmissão da fé: «Os pais são chamados – como diz Santo Agostinho – não só a gerar os filhos para a vida, mas a levá-los a Deus, para que sejam, através do Batismo, regenerados como filhos de Deus e recebam o dom da fé» (LF 43).

133. A obra pastoral da Igreja é chamada a ajudar as famílias na sua tarefa educacional, a começar pela iniciação cristã. A catequese e a formação paroquial constituem instrumentos indispensáveis para apoiar a família nesta tarefa de educação, de modo particular por ocasião da preparação para o batismo, a crisma e a eucaristia. Além da família e da paróquia, realça-se a fecundidade do testemunho dos movimentos de espiritualidade familiar e das agregações laicais, nas quais tende a desenvolver-se cada vez mais um «ministério de casal», onde os formadores das famílias levam em frente o crescimento da igreja doméstica através de encontros pessoais e entre famílias, sobretudo cuidando da oração.

134. A educação cristã em família realiza-se, principalmente, através do testemunho de vida dos pais em relação aos filhos. Algumas respostas recordam que o método de transmissão da fé não se altera ao longo do tempo, embora se tenha que adaptar às circunstâncias: caminho de santificação do casal; oração pessoal e familiar; escuta da Palavra e testemunho da caridade. Onde se vive este estilo de vida, a transmissão da fé é assegurada, não obstante os filhos sejam submetidos a pressões de sinal oposto.


135. O desafio da educação cristã e da transmissão da fé é muitas vezes marcado, em numerosos países, pela profunda mudança do relacionamento entre as gerações, que condiciona a comunicação dos valores na realidade familiar. No passado, este relacionamento encontrava-se na base de uma vida de fé compartilhada e comunicada como patrimonio entre uma geração e a outra. Todos os episcopados, e muitas observações, relevam as profundas transformações a este propósito, e a sua influência sobre a responsabilidade educacional da família; contudo, é inevitável observar certas diferenciações, em conformidade com os elementos tradicionais ainda presentes na própria sociedade ou com os desenvolvimentos dos processos de secularização. Os episcopados da Europa ocidental recordam como, nos anos sessenta e setenta do século passado, houve um vigoroso conflito geracional. Hoje, talvez também sob o condicionamento daquelas experiências, os pais parecem muito cautos em incentivar os filhos à prática religiosa. Precisamente neste campo procura-se evitar conflitos, em vez de os enfrentar. Além disso, no que diz respeito aos temas religiosos, os próprios pais sentem-se muitas vezes inseguros, de tal forma que no momento de transmitir a fé eles permanecem frequentemente sem palavras e, embora a considerem importante, delegam esta tarefa a instituições religiosas. Isto parece demonstrar uma fragilidade da parte dos adultos e principalmente dos pais jovens, no momento de transmitir o dom da fé com alegria e convicção.

136. Das respostas releva-se como as escolas católicas, nos seus vários níveis, desempenham um papel importante na transmissão da fé aos jovens e contribuem em grande medida para a tarefa educativa dos pais. Recomenda-se que elas sejam incrementadas e sustentadas por toda a comunidade eclesial. Isto resulta especialmente relevante naquelas situações em que o Estado é invasivo de modo particular nos processos educativos, procurando privar a família da própria responsabilidade educativa. Neste sentido, a escola católica expressa a liberdade de educação, reivindicando o primado da família como verdadeiro sujeito do processo educacional, para o qual devem concorrer as demais figuras em jogo na educação. Pede-se uma maior colaboração entre famílias, escolas e comunidades cristãs.

137. A tarefa da família na transmissão e educação para a fé é considerada ainda mais importante em regiões onde os cristãos são minoritários, como recordam os episcopados do Médio Oriente. Uma experiência dolorosa é relevada nas respostas provenientes dos países da Europa do Leste: as gerações mais idosas viveram durante o socialismo e receberam os fundamentos cristãos antes do advento daquele regime. As gerações mais jovens, ao contrário, cresceram num clima pós-comunista, caracterizado por fortes processos de secularização. Tudo isto condicionou negativamente a transmissão da fé. No entanto, as gerações mais jovens são sensíveis principalmente ao exemplo e ao testemunho dos pais. Em geral, as famílias que participam nos movimentos eclesiais são mais ativas na tentativa de transmitir a fé às novas gerações. Nalgumas respostas encontra-se um certo paradoxo educativo a propósito da fé: em diversas realidades eclesiais não são os pais que transmitem a fé aos filhos, mas vice-versa; são os filhos que, abraçando-a, a comunicam a pais que, desde há tempos abandonaram a prática cristã.


138. Se a transmissão da fé e a educação cristã resultam inseparáveis do autêntico testemunho da vida, compreende-se como as situações difíceis no seio do núcleo familiar agravam a complexidade do processo educacional. Neste sentido, uma maior atenção pastoral a respeito da educação cristã deve ser dirigida àquelas realidades familiares cujos filhos podem ressentir particularmente da situação dos pais, definida como irregular. A este propósito, formulam-se votos a favor da utilização de expressões que não deem a percepção de distância, mas de inclusão; que possam transmitir em maior medida o acolhimento, a caridade e o acompanhamento eclesial, de maneira a não gerar, sobretudo nas crianças e nos jovens em questão, a ideia de uma rejeição ou de uma discriminação dos seus pais, na consciência de que «irregulares» são as situações, não as pessoas.


139. O panorama contemporâneo da educação é bastante complexo e mutável. Existem regiões onde a fé católica continua a receber um elevado consenso, mas onde o número de crianças e jovens nascidos e crescidos em famílias regulares está em evidente diminuição. Noutras regiões as Igrejas particulares devem enfrentar outros desafios educativos, num contexto em que as convivências extraconjugais, a homossexualidade e os matrimônios civis não são autorizados. Todavia, não obstante os graus de diversidade, a Igreja encontra estas situações difíceis ou irregulares já em toda a parte. Este fenômeno, mesmo onde ainda é consistente a presença de núcleos biparentais regularmente unidos mediante o matrimônio religioso, está em aumento.

140. Das respostas sobressaem três elementos a respeito das situações irregulares e da sua incidência sobre a educação. Acerca das uniões entre pessoas do mesmo sexo, das respostas deduz-se que esta realidade, ainda circunscrita a países «liberal-progressistas», no momento atual não suscita interrogativos pastorais específicos. Algumas indicações pastorais já foram comentadas no final da II parte. Um segundo elemento que deve ser considerado é a existência atual e o aumento de núcleos monoparentais: muitas vezes trata-se de mães com filhos menores sob a sua responsabilidade, em contextos de pobreza. Este fenômeno interpela sobretudo as sensibilidades das Igrejas da América Latina e da Ásia onde, não raro, tais mães são obrigadas a delegar a educação dos filhos ao clã familiar. Em terceiro lugar, no Sul do mundo tem uma grande relevância o fenômeno das «crianças de rua», deixadas a si mesmas por pais em dificuldade, órfãos pela morte violenta dos pais, e por vezes confiadas aos avós.


141. Em linha geral, da análise das respostas obtém-se a ideia de que os pais em situações irregulares se dirigem à Igreja com atitudes muito diferenciadas, segundo os sentimentos e as motivações que os animam. Há quem alimenta muito respeito e confiança pela Igreja e, ao contrário, quem demonstra uma atitude negativa por causa da vergonha experimentada devido às escolhas feitas, ou ainda quem hesita em aproximar-se dela com medo de ser rejeitado ou marginalizado. Enquanto alguns consideram que a comunidade eclesial os pode compreender e acolher com benignidade, apesar dos seus fracassos e dificuldades, outros julgam a Igreja uma instituição que se intromete demasiado no estilo de vida das pessoas, ou então estão persuadidos de que ela é uma espécie de tutora que deve garantir educação e acompanhamento, mas sem apresentar demasiadas pretensões.

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142. O pedido principal e mais difundido, que os pais nestas situações de vida dirigem às Igrejas particulares, é o da administração dos sacramentos aos filhos, de maneira especial o batismo e a primeira comunhão, mas com uma clara dificuldade de reservar a devida importância e o justo valor à formação religiosa e à participação na vida paroquial. Muitos sabem que a catequese é um pré-requisito para receber os sacramentos, mas mais do que uma oportunidade, consideram-na uma obrigação, uma formalidade ou um compromisso que devem aceitar para que o filho possa receber aquilo que foi solicitado. As respostas fazem notar que, frequentemente, se verificam reticências e desinteresse por parte dos pais em relação ao percurso de preparação cristã proposto pelas comunidades. O resultado é que muitas vezes os pais, se podem, evitam participar nos percursos previstos para os filhos e para eles, justificando-se com razões de tempo e de trabalho, enquanto muitas vezes se trata de desleixe e de busca de soluções mais cômodas ou rápidas. Às vezes, eles manifestam até atitudes negativas diante das exigências dos catequistas. Noutros casos, é evidente a sua indiferença, porque permanecem sempre passivos em relação a qualquer iniciativa, e não se comprometem na educação religiosa do filho.

143. Aquilo que sobressai da análise dos dados é que numerosíssimos destes pais, como de resto uma boa parte de pais católicos regularmente casados, pedem para os filhos a iniciação nos sacramentos a fim de não faltar a um hábito, a um costume típico da sociedade. O sacramento ainda representa para muitas pessoas uma festa tradicional, que elas pedem mais por conformação com um hábito familiar e social, do que por convicção. Todavia, há pais que desejam sinceramente transmitir a fé aos filhos e, por isso, confiam nos itinerários de formação que a paróquia propõe em vista da administração dos sacramentos. Por vezes, eles mesmos pedem para ser ajudados a sair das situações que os tornam frágeis, estão dispostos a começar um autêntico caminho de espiritualidade e desejam participar concretamente na vida da Igreja, deixando-se comprometer no percurso catequético-sacramental dos filhos. Não são raros os casos nos quais os pais voltam a descobrir a fé de modo mais genuíno, às vezes chegando até a pedir o matrimônio depois de anos de convivência.

144. Das respostas foram recenseados inclusive outros tipos de pedidos, que os pais em situações irregulares apresentam à Igreja. Em particulares realidades culturais, acontece que eles pedem os sacramentos para os próprios filhos por motivos de superstição ou para evitar que permaneçam no paganismo. Noutras circunstâncias, eles dirigem-se aos sacerdotes locais simplesmente para poder receber um apoio económico e educativo. Em geral diminui o pedido da Confirmação para os próprios filhos, sobretudo nos países mais secularizados. Difunde-se a ideia de que é bom conceder aos jovens a liberdade e a responsabilidade de começar o percurso de iniciação na vida cristã. Apresenta-se uma dificuldade quando os pais divorciados estão em desacordo no que se refere ao percurso de iniciação cristã do filho; em tais casos, a Igreja é chamada a assumir um importante papel de mediação, através da compreensão e do diálogo.

145. No que se refere ao pedido de ensino da religião católica aos próprios filhos, das respostas e das observações recebidas relevam-se duas tipologias. Por um lado, existem casos em que é possível pedir para usufruir ou não do ensino da religião católica na escola, para além da catequese paroquial. Em geral, optam por este pedido também os pais que vivem em situações irregulares e, particularmente na Europa, muitos dos não-católicos ou até dos não-batizados. Ao longo dos últimos anos, nalgumas regiões de certos países europeus, aumentou o número de pessoas inscritas no ensino da religião católica nas escolas públicas. Por outro lado, existem alguns sistemas escolares de base (como o australiano), que oferecem a possibilidade de uma boa educação para a fé e instrução religiosa. Em tais casos, muitos pais em situações irregulares, quando o filho foi batizado, usufruem facilmente da possibilidade de seguir os programas de formação cristã oferecidos pela própria escola, que preparam para receber os sacramentos sem ter que participar nos percursos de catequese paroquial. Diversa é também a realidade das escolas e colégios católicos presentes e ativos em todos os continentes. Neles, os filhos de pais em situações irregulares podem inscrever-se sem pré-requisitos. Com efeito, resulta que se os procuram de bom grado, é principalmente porque sabem que receberão assistência e colaboração na obra educativa dos filhos. Na África, as escolas católicas constituem lugares importantes para a educação cristã das crianças. Nas respostas foi enfrentada de maneira escassa a questão relativa à incidência do ensino da religião católica no percurso de educação para a fé. Relevam-se tentativas de trabalho conjunto entre catequese paroquial, atividades escolares e instrução religiosa, agindo em maior medida neste campo. Tem-se a impressão de que este caminho deve ser favorecido especialmente onde o ensino da religião católica se limita ao aspecto intelectual.


146. As Igrejas particulares comprometeram-se no acompanhamento das famílias e, juntamente com elas, também das situações irregulares. Quando os pais, geralmente depois de um afastamento da Igreja, se aproximam dela e pedem à comunidade eclesial a preparação sacramental para os seus filhos, a abordagem mais profícua que se verifica nas respostas é a do acolhimento sem preconceitos. Isto significa que o respeito, a abertura benévola e a escuta das necessidades humanas e espirituais se demonstram atitudes fundamentais para criar um ambiente favorável e adequado para a transmissão da mensagem evangélica. Entre as experiências eclesiais eficazes e significativas, destinadas a contribuir para o percurso destes pais, foram evidenciadas: as catequeses comunitárias e familiares; os movimentos de apoio à pastoral conjugal; as missas dominicais; as visitas às famílias; os grupos de oração; as missões populares; a vida das comunidades eclesiais de base; os grupos de estudo bíblico; as atividades e a pastoral dos movimentos eclesiais; a formação cristã oferecida aos pais das crianças e dos jovens que frequentam os numerosos colégios e centros de educação católica, principalmente na América Latina. Muitas vezes são os filhos que evangelizam os pais.

147. Não obstante o que foi dito, numerosas respostas observam que a pastoral hodierna da Igreja nem sempre é capaz de acompanhar de maneira adequada estas realidades familiares específicas. A obra pastoral teria necessidade de renovação, de criatividade e de alegria para ser mais incisiva e construtiva na criação de uma relação de osmose entre formação dos jovens, formação para a fé dos pais e vida comunitária. Existem novas iniciativas que se movem neste rumo: os momentos de formação, de oração e de retiro, destinados aos pais, muitas vezes contemporaneamente com a catequese sacramental dos filhos; as «escolas para pais»; os programas de catequese sobre a moral familiar e sexual; a oportunidade de reunir mais casais numa única celebração do matrimônio (mass-marriage), para ir ao encontro também do problema financeiro, que muitas vezes impede e desencoraja o pedido de matrimônio, como por exemplo na Nigéria e na África do Sul. Alguns relevam que, no entanto, se trata de ofertas ainda não plenamente estruturadas.

148. Das respostas dadas aos questionários sobressai que, se por um lado o acompanhamento dos pais depende da disponibilidade a deixar-se comprometer e guiar, o seu cuidado nasce principalmente do sentido de responsabilidade, da solicitude dos sacerdotes locais e da sua capacidade de empenhar o mais possível toda a comunidade paroquial. Nas paróquias alemãs, por exemplo, tanto as crianças como os pais são seguidos por um grupo de catequistas que os acompanham ao longo do percurso catequético. Nas cidades grandes parece mais complexo conseguir realizar uma abordagem pastoral personalizada. De qualquer maneira, representa um desafio a possibilidade de se aproximar com profunda atenção destas irmãs e destes irmãos, de os acompanhar, ouvir e ajudar a expressar as interrogações que residem no seu coração, de propor um itinerário que possa fazer renascer o desejo de um aprofundamento da relação com o Senhor Jesus, também mediante autênticos vínculos comunitários. Deveriam ser incentivadas as iniciativas já existentes, como aquela promovida por algumas Conferências Episcopais sul-americanas, que produzem e oferecem subsídios formativos para ajudar estes pais na educação dos seus filhos.

149. As Igrejas particulares sabem bem que a culpa das escolhas ou da vivência dos próprios pais não é das crianças nem dos jovens. Por isso, em toda a parte os filhos são acolhidos sem distinções em relação aos outros, com o mesmo amor e a mesma atenção. A oferta formativa cristã que lhes é proposta não se diferencia das iniciativas de catequese e de atividade pastoral destinadas aos jovens da comunidade inteira: a catequese; as escolas de oração; a iniciação na liturgia; os grupos, especialmente a infância missionária na América Latina; as escolas de teatro bíblico e os coros paroquiais; as escolas e os campos paroquiais; os grupos juvenis. Observa-se que não existem atividades especiais que possam apoiar estas crianças, para cicatrizar ou elaborar as suas feridas. Formulam-se votos a fim de que haja a promoção de itinerários a seu favor, a organização de percursos de apoio, de forma especial no período difícil da separação e do divórcio dos pais, momento em que eles devem poder continuar a esperar nos vínculos familiares, não obstante os pais estejam a separar-se. Numa diocese do norte da Europa, onde a taxa de crianças que são filhos de divorciados é muito elevada, para ir ao encontro das problemáticas destas realidades familiares e da dificuldade dos jovens, que nos fins-de-semana nem sempre podem participar na catequese, alguns párocos organizam a catequese em fins-de-semana alternados, de tal maneira que as crianças possam participar sempre, sem se sentir diversos.

150. Além das paróquias, das associações e dos movimentos, também o apostolado dos institutos religiosos femininos oferece uma contribuição válida para estes pais e para os seus filhos, sobretudo onde existem formas de pobreza extrema, de intolerância religiosa ou de exploração da mulher; e também a Obra da Propagação da Fé, que contribui para a educação e a formação cristã de crianças, inclusive daquelas cujos pais vivem em situações irregulares, através de subsídios ordinários e extraordinários.

151. No que diz respeito ao percurso de preparação para os sacramentos e à prática sacramental, segue-se quanto é indicado pelas normas canônicas, pelas Conferências Episcopais e pelas diretrizes diocesanas. Não se prevê um caminho de preparação alternativo àquele dos filhos de famílias regulares. Por conseguinte, em linha de princípio segue-se o percurso clássico, que prevê a preparação para o sacramento do batismo mediante encontros com os pais; segue-se-lhe a catequese ordenada e progressiva, em conformidade com a idade para a preparação, em cerca de três ou quatro anos, para os outros sacramentos da iniciação cristã, contanto que os pais peçam que os filhos os possam receber. Depois da confirmação, em determinadas dioceses, o percurso formativo prossegue através de experiências pastorais como a solene profissão de fé e iniciativas específicas para os grupos juvenis. Em geral, depois da confirmação, assiste-se quer a uma brusca diminuição na frequência, às vezes atribuída a uma catequese pouco adequada para os jovens, quer ao abandono da prática sacramental, que deve ser atribuída às escassas motivações pessoais. Isto confirma a falta de firmeza na fé e de acompanhamentos personalizados. As variações que subsistem entre as Igrejas particulares e as diversas Igrejas Orientais Católicas, a propósito destas temáticas, podem ser atribuídas à ordem segundo a qual os sacramentos são administrados, à idade com a qual podem ser recebidos, ou então à organização dos programas de catequese, mas também a escolhas pastorais que deveriam encorajar e abrir novos caminhos de acompanhamento.

152. Alguns aprovam o compromisso de celebrar os sacramentos não numa idade estabelecida antecipadamente, mas tendo em consideração a maturidade espiritual dos adolescentes, embora tal prática muitas vezes suscite dificuldades entre os pais. Noutros casos, as crianças de famílias constituídas irregularmente recebem o batismo depois de três-quatro anos de catequese, na idade com a qual os seus companheiros são admitidos à primeira comunhão, como estabelecem por exemplo algumas Conferências Episcopais africanas. Quando os pais pedem o batismo para os seus filhos, encontrando-se contudo em situação de convivência, há Igrejas nas quais se opta por um acompanhamento pessoal dos pais antes de administrar o sacramentos aos filhos, com a instrução que os orienta a aproximar-se de novo dos sacramentos, até à celebração do matrimonio. Somente depois de alguns anos, também os filhos receberão o batismo. Esta prática é testemunhada nalguns países africanos e árabes. Noutros países o rigorismo pastoral acerca do nível moral da vida dos pais comportaria o risco de negar injustamente os sacramentos às crianças e de provocar uma discriminação injusta entre diversas situações moralmente inaceitáveis (por exemplo, punir as crianças pela invalidade do matrimônio dos pais, mas não levar em consideração a situação daqueles que vivem de delinquência e de exploração). São poucos os casos em que se faz referência ao catecumenato para as crianças.

Algumas dificuldades específicas

153. As dificuldades que se relevam a propósito da prática sacramental chamam a atenção para aspectos delicados e questões problemáticas para a prática das Igrejas particulares. Em relação ao sacramento do batismo denuncia-se, por exemplo, a atitude de tolerância com a qual, às vezes, é administrado aos filhos de pais em situações irregulares, sem percursos formativos. Sobre este mesmo tema, verificam-se casos em que foi rejeitado o percurso de iniciação cristã, porque um dos dois pais vive em situação irregular. Nas respostas aparece várias vezes a referência à grave dificuldade de pais que não podem aceder aos sacramentos da penitência e da Eucaristia, enquanto as crianças são convidadas a participar nos sacramentos. Esta dificuldade é vivida em proporção à compreensão ou incompreensão do sentido da não-admissão, entendido apenas em termos negativos, ou então no contexto de um possível percurso de cura.


154. Parece cada vez mais necessária uma pastoral sensível, norteada pelo respeito destas situações irregulares, capaz de oferecer uma ajuda concreta para a educação dos filhos. Sente-se a necessidade de um acompanhamento melhor, permanente e mais incisivo em relação aos pais que vivem tais situações. Uma vez que é elevado o número de quantos voltam à fé por ocasião da preparação dos filhos para os sacramentos, seria preciso pensar a nível local em oportunos caminhos de redescoberta e de aprofundamento da fé, que exigiriam uma preparação adequada e uma obra pastoral conveniente. Uma indicação significativa refere-se à nova compreensão do valor e do papel que assumem o padrinho ou a madrinha ao longo do caminho de fé das crianças e dos adolescentes. As sugestões enviadas a respeito deste tema vão da necessidade de repensar os critérios para a sua escolha, que se torna cada vez mais complexa devido ao crescente número de pessoas que vivem em situações irregulares, à necessidade de incentivar ou tornar a catequese ativa para os pais e para os padrinhos e as madrinhas, tendo em consideração a elevada percentagem de quantos nem sequer têm consciência do significado do sacramento. Um acompanhamento pastoral específico deverá ser dedicado aos matrimônios mistos e de disparidade de culto, que muitas vezes encontram dificuldades relevantes na educação religiosa dos filhos.

155. As Conferências Episcopais interrogam-se se não é possível instruir em cada comunidade cristã casais que possam seguir e sustentar o percurso de crescimento das pessoas interessadas de maneira autêntica, como madrinhas e padrinhos idóneos. Nas regiões onde os catequistas desempenham um papel importante e delicado, sugere-se que sejam formados com maior empenhamento e que sejam escolhidos com maior discernimento, dado que suscitam divisões e perplexidades os casos de catequistas que vivem em situações de irregularidade matrimonial. Releva-se que a Igreja deveria ter em maior consideração a qualidade da oferta catequética, exigindo uma formação melhor da parte dos catequistas, para que sejam testemunhas de vida credíveis. Observa-se a necessidade de uma preparação mais profunda para os sacramentos, mediante a evangelização das pessoas: seria preciso trabalhar mais por uma iniciação na fé e na vida. Pede-se que seja garantida uma pastoral apropriada aos pais, incluídos na faixa que vai do batismo à primeira comunhão dos filhos. Propõe-se que se organize, a nível de decanatos-vicariatos, encontros para quantos vivem ou devem enfrentar problemáticas familiares e, ao mesmo tempo, são chamados a educar os filhos para a fé.

156. As escolas católicas têm uma grande responsabilidade em relação a estas crianças, adolescentes, jovens, filhos de casais em situações irregulares, cujo número nelas já é elevado. A este propósito, a comunidade educativa escolar deveria suprir cada vez mais ao papel familiar, criando uma atmosfera hospitaleira, capaz de mostrar o rosto de Deus. Contudo, deseja-se que a preparação para os sacramentos se realize mediante uma colaboração concreta entre a paróquia e a escola católica, para fortalecer o sentido de pertença à comunidade. Pede-se que possam ser incentivados a todos níveis eclesiais os percursos de educação e de formação para o amor, a afectividade e a sexualidade, destinados às crianças, aos adolescentes e aos jovens. A proposta de novos modelos de santidade conjugal poderia favorecer o crescimento das pessoas no contexto de um tecido familiar válido, nas suas tramas de salvaguarda, educação e amor.

157. Nos casos de algumas das situações difíceis, por exemplo de casais de refugiados ou de migrantes, a Igreja deveria oferecer antes de tudo uma ajuda material e psicológica, contribuindo para a instrução e a prevenção de abusos ou de exploração de menores. No caso dos «nomades», que em geral pedem o sacramento do batismo para os seus filhos, as Igrejas particulares deveriam comprometer-se mais intensamente em prol de um acompanhamento espiritual da família, para que possa completar-se todo o arco de iniciação cristã.


158. O amplo material enviado à Secretaria do Sínodo dos Bispos foi organizado neste Instrumentum Laboris de modo a favorecer o confronto e o aprofundamento previsto durante os trabalhos da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos. Sem dúvida, a riqueza daquilo que está contido nas respostas e nas observações é muito mais ampla de quanto aqui exposto, com a finalidade de apresentar um primeiro ponto de referência para o diálogo sinodal. No entanto, os três grandes âmbitos sobre os quais a Igreja tenciona desenvolver o debate para chegar a indicações que correspondam às novas perguntas presentes no povo de Deus são aqueles aqui evocados: o Evangelho da família a ser proposto nas circunstâncias atuais; a pastoral familiar a ser aprofundada face aos novos desafios; a relação generativa e educativa dos pais em relação aos filhos.

159. Concluímos este itinerário, no qual entrevimos alegrias e esperanças, mas também incertezas e sofrimentos nas respostas e nas observações recebidas, voltando a beber nas fontes da fé, da esperança e da caridade: confiamo-nos à Santíssima Trindade, mistério de amor absoluto, que se revelou em Cristo e que nos foi participado através do Espírito Santo. O amor de Deus resplandece de maneira peculiar na família de Nazaré, ponto de referência seguro e de conforto de cada família. Nela refulge o amor verdadeiro para o qual todas as nossas realidades familiares devem olhar para haurir luz, força e consolação. À Sagrada Família de Nazaré desejamos confiar a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, com as palavras do Papa Francisco:



Jesus, Maria e José, 

em vós nós contemplamos 
o esplendor do amor verdadeiro, 
e dirigimo-nos a vós com confiança.

Sagrada Família de Nazaré, 

faz também das nossas famílias 
lugares de comunhão e cenáculos de oração, 
autênticas escolas do Evangelho 
e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré, 

nunca mais nas famílias se viva a experiência 
de violência, fechamento e divisão: 
quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado 
conheça depressa a consolação e a cura.

Sagrada Família de Nazaré, 

o próximo Sínodo dos Bispos 
possa despertar de novo em todos a consciência 
da índole sagrada e inviolável da família, 
a sua beleza no desígnio de Deus.

Jesus, Maria e José, 

ouvi e atendei a nossa súplica.


Amém.

ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS NO VICARIATO ALCANTARA

Reuniram-se na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora em Laranjal, no dia 08 de Fevereiro mais de 150 Catequistas do Vicariato Alcantara, para realização do Encontro de Formação Arquidiocesano do ano de 2015, com o Tema sobre a Família Cristã - Igreja Doméstica. O Encontro teve início as 13h, com momentos de reflexão, palestras, trabalhos em grupo e participação do Pe. Júlio Cesar da Paróquia Santo Antonio em Amendoeira.










quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

VICARIATO NITERÓI - ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS

O Encontro de Formação para Catequistas do Vicariato Niterói, aconteceu neste dia 07 de fevereiro de 2015, na Paróquia Santo Cristo - Niterói - RJ, com a presença do Vigário Geral Pe. Carmine e diversos Catequistas dos seguimentos da Iniciação à Vida Cristã.













ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS - VICARIATO SÃO GONÇALO

No dia 7 de Fevereiro de 2015 às 13:30h aconteceu o Encontro Anual de Formação para os Catequistas da Arquidiocese de Niterói, no Salão Paroquial da Igreja São Gonçalo de Amarante pelo Vicariato São Gonçalo.

Estavam presentes o Vigário Episcopal Pe. André e 184 catequistas de Paróquias e Comunidades do Vicariato. 

Os Temas de Reflexão " FAMÍLIA CRISTÃ - IGREJA DOMÉSTICA" foram enviados pela Comissão Arquidiocesana da Iniciação para a Vida Cristã da Arquidiocese e partilhados pelos Representantes das Pastorais do Batismo, Catecumenato com Adultos/ Crisma e Catequese Infantil.

A Família e a vocação da pessoa em Cristo foi um dos Temas com ênfase em:
A família, a pessoa e a sociedade;
À imagem da vida trinitária;
A Sagrada Família de Nazaré e a educação para o amor;
Diferença, reciprocidade e estilo de vida familiar;
Família e desenvolvimento integral;
Acompanhar o novo desejo de família e as crises, e;
Uma formação constante.

A Igreja e a família diante do desafio educativo:
O desafio educativo e a família hoje;
Transmissão da fé e iniciação cristã e suas dificuldades específicas;
A educação cristã em situações familiares difíceis;
Tempos e modos da iniciação cristã das crianças;
Indicações pastorais.

Algumas fotos do Encontro de Formação.