Tema: Novo Caminho Formativo de Catequistas
Lema: "Encontramos o Senhor! Vem e vê! Jo 1,45.46.
Pessoa que ama viver e se
sente realizada. Assume seu chamado com entusiasmo e como realização de sua
vocação batismal. Compromete sua vida em benefício de mais vida para o seu próximo.
“Ser catequista é assumir corajosamente o Batismo e vivenciá-lo na comunidade
cristã. É mergulhar em Jesus e proclamar o reinado de Deus, convidando a uma
pertença filial à Igreja. O processo formativo ajudará a amadurecer como
pessoa, como cristão e cristã e como apóstolo e apóstola” (cf. DGC 238).
Pessoa de maturidade humana e
de equilíbrio psicológico. “Com base numa inicial
maturidade humana, o exercício da catequese, constantemente reconsiderado e
avaliado, possibilita o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no
senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo, no
espírito construtivo e no trabalho de grupo” (DGC 239).
Pessoa de espiritualidade, que
quer crescer em santidade. O catequista coloca-se na
escola do Mestre e faz com Ele uma experiência de vida e de fé. Alimenta-se das
inspirações do Espírito Santo para transmitir a mensagem com coragem,
entusiasmo e ardor. “Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro,
e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 17,3). Nutre-se da palavra, da vida
de oração, da Eucaristia e da devoção mariana. falará mais pelo exemplo do que
pelas palavras que profere (cf. CR 146). A verdadeira formação alimenta
a espiritualidade do próprio catequista, de maneira que sua ação nasça do
testemunho de sua própria vida.
Pessoa que sabe ler a presença
de Deus nas atividades humanas. Descobre o rosto de Deus nas
pessoas, nos pobres, na comunidade, no gesto de justiça e partilha e nas
realidades do mundo. “A fé, no seu conjunto, deve enraizar-se na experiência
humana, sem permanecer na pessoa como algo postiço ou isolado. O conhecimento
da fé é significativo, ilumina a existência e dialoga com a cultura; na
liturgia, a vida pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica assume e
eleva os valores humanos; a oração é aberta aos problemas pessoais e sociais” (DGC
87).
Pessoa integrada no seu tempo
e identificada com sua gente. É aberta aos problemas reais
e com sensibilidade cultural, social e política. Cada catequista assumirá
melhor sua missão à medida que conhecer e for sensível à defesa da vida e às
lutas do povo. “Olha o mundo com os mesmos olhos com que Jesus contemplava a
sociedade de seu tempo” (DGC 16).
Pessoa que busca, constantemente,
cultivar sua formação. Assumir a missão catequética
é cuidar com esmero de sua autoformação. Somos pessoas em processo de
crescimento e de aprendizado, desde a infância até a velhice. As ciências
teológicas, humanas e pedagógicas estão sempre em evolução e progresso. Daí a
necessidade de uma formação permanente, assumida com responsabilidade e com
perseverança. A catequese, em qualquer ambiente, “precisa de pessoas que buscam
preparação e estejam dispostas a aprender sempre mais, para dar um testemunho
convincente de fé. Não basta boa vontade, é preciso uma atualização dinâmica
[...]. requer, também, uma grande intimidade com a Palavra de Deus, com a
doutrina e a reflexão da igreja [...]” (CMM 38f).
Pessoa de comunicação, capaz
de construir comunhão. O catequista cultiva
amizades, presta atenção nas pessoas, está atento a pequenos gestos que
alimentam relacionamentos positivos. A delicadeza diária, simples, também é um
anúncio do amor de Deus, através da consideração dos sentimentos das pessoas.
“A comunicação autenticamente evangélica supõe uma experiência de vida na fé e
de fé, capaz de chegar ao coração daquele a quem se catequiza” (CR 147).
Pessoa com suficiente
conhecimento da Palavra de Deus: a Bíblia é fonte de catequese
e, portanto, indispensável na formação. “A Sagrada Escritura deverá ser a alma
da formação” (DGC 240). A própria Igreja coloca à disposição de seus
fins documentos que ajudam a aprofundar essa reflexão.
Pessoa com conhecimento dos
elementos básicos que formam o núcleo de nossa
fé (cf. DGC
130).
Pessoa com familiaridade com
as ciências humanas, sobretudo pedagógicas: o catequista adquire o conhecimento da
pessoa humana e da realidade em que vive, através das ciências humanas que, nos
nossos dias, alcançaram um grau extraordinário de desenvolvimento.
Pessoa com conhecimento das
referências doutrinais e de orientação: Catecismo da Igreja
Católica, documentos catequéticos, manuais... “Diante do legítimo direito
de todo batizado de conhecer da igreja o que ela recebeu e aquilo em que ela
crê, o Catecismo da Igreja Católica oferece uma resposta clara. É, por
isso, um referencial para a catequese e para as demais formas do ministério da
palavra” (DGC 121).
Pessoa com conhecimento
suficiente da pluralidade cultural e
religiosa, com capacidade para encontrar nela as sementes do Evangelho: “A
catequese, ao mesmo tempo que deve evitar qualquer manipulação de uma cultura,
também não pode limitar-se simplesmente à justaposição do Evangelho a esta, de
maneira decorativa, mas sim deverá propô-lo de maneira vital, em
profundidade e isso até as suas raízes, à cultura e às culturas do homem” (DGC
204; EN 20). Considerando a pluralidade religiosa fortemente
presente em nossa sociedade e até nas próprias famílias de catequistas e
catequizandos, é preciso educação para o diálogo, com conhecimento sério da
própria identidade de fé e respeito pelo sentimento religioso dos outros.
Pessoa com conhecimento das
mudanças que ocorrem na sociedade, inteirando-se sobre as
descobertas recentes da ciência nos diversos campos: genética, tecnologia,
informática... A inculturação da mensagem cristã nesses campos é cada vez mais desafiante.
A voz do Espírito que Jesus, por parte do pai, enviou a seus discípulos ressoa,
também, nos acontecimentos da história. por trás dos dados mutáveis da situação
atual e nas motivações dos desafios que se apresentam à evangelização, é
necessário descobrir os sinais da presença e dos desígnios de Deus.
Pessoa com conhecimento da realidade local, da história dos fatos,
acontecimentos, festas da comunidade, como terreno para uma boa semeadura da
mensagem: o discípulo de Jesus Cristo, de fato, participa das alegrias e das
esperanças, das tristezas e das angústias dos homens de hoje (cf. GS 1, DGC
16).
Pessoa com conhecimento dos
fundamentos teológicos pastorais, para ser a voz de uma Igreja com rosto misericordioso,
profético, ministerial, comunitário, ecumênico, celebrativo e missionário.
DIMENSÕES
QUE SUSTENTAM/FUNDAMENTAM O CAMINHO
Relacionamento: o
catequista necessita cultivar a qualidade das relações, pois elas permitem
maior interação entre as pessoas. Jesus criou espaços de relacionamento
afetuoso, acolhedor, misericordioso, que permitiam às pessoas maior
proximidade. O catequista é um mediador de inter-relações na dinâmica do
reino. Um espaço privilegiado de relações humanas fraternas, de ajuda e de
crescimento é o grupo de catequistas. As relações passam pela experiência do
diálogo, do compartilhar, da amizade, da convivência dos grupos de trabalho,
das festas.
Educação: o
catequista, como o Mestre Jesus, será um educador com possibilidade de
desenvolver potencialidades, qualidades e capacidades para maior maturidade
humana e cristã. “A formação procurará fazer amadurecer no catequista a
capacidade educativa, que implica: a faculdade de ter atenção com as pessoas,
a habilidade de interpretar e responder à demanda educativa, a iniciativa
para ativar processos de aprendizagem e a arte de conduzir um grupo humano
para a maturidade. Como acontece em toda arte, o mais importante é que o
catequista adquira seu próprio estilo de ministrar a catequese, adaptando à
sua personalidade os princípios gerais da pedagogia catequética” (DGC 244).
Comunicação: o
catequista necessita ser um promotor de comunicação da vida e da fé. “Ele
desperta e provoca a palavra dos membros da comunidade” (CR 145). Além
dos meios de comunicação da própria igreja, é importante utilizar material do
mundo secular, veiculado através de TV, rádio, jornais, internet, fias de
vídeos, CDs, DVDs...
Pedagogia: o
catequista necessita conhecer e integrar elementos de pedagogia na sua
prática, fundamentando-a na pedagogia divina, com ênfase na pedagogia da
encarnação; nela se destacam: a) o diálogo de Salvação entre Deus e a pessoa,
ressaltando a iniciativa divina, a motivação amorosa, a gratuidade, o
respeito pela liberdade; b) uma revelação progressiva, adaptada às situações,
pessoas e culturas; c) a valorização da experiência pessoal e comunitária da
fé; d) o Evangelho proposto em relação com a vida; e) as relações
interpessoais; f) o uso de sinais, onde se entrelaçam fatos e palavras,
ensinamento e experiência; g) a pedagogia litúrgica; h) a mistagogia do
processo catecumenal.
Metodologia: o
catequista necessita de: a) um suficiente conhecimento dos interlocutores,
para haver uma sintonia com as suas necessidades, sentimentos, situações,
cultura, valorizando a experiência que cada pessoa traz. qualquer metodologia
deve se inspirar no princípio da interação fé e vida (cf. CR 113-117);
b) levar em conta as ações concretas na comunidade, a memorização, sobretudo
das formulações de fé expressas na Bíblia, a criatividade dos catequizandos,
a importância do grupo e a comunidade como lugar visível da fé e da vida.
Programação: aos
responsáveis pela catequese compete conhecer e realizar um planejamento de
forma conjunta com o pároco, pais, catequistas e catequizandos, fazendo uma
interação com a programação própria da comunidade. Nessa programação
incluem-se projetos de formação permanente. É preciso “saber programar a ação
educativa, no grupo de catequistas, ponderando as circunstâncias, elaborando
um plano realista e, após a sua realização, avaliá-lo criticamente” (DGC 245).
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Fonte: Diretório Nacional
de Catequese, 261-276.
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