sexta-feira, 5 de julho de 2013

UMA CATEQUESE ACOLHEDORA E AFETIVA PARA CATEQUIZAR OS JOVENS


É muito comum ouvirmos catequistas nas nossas comunidades dizer que não querem assumir turmas de jovens por se sentirem incapazes ou despreparados para tal missão.
Muitos deles temem começar e não dar conta da tarefa. Dizem que o trabalho com jovem é muito complexo e desafiante. Outros argumentam que não sabem falar a "linguagem" dos jovens e, por isso mesmo, não se arriscam a catequizá-los. Isso tudo tem pouco de verdade.

De fato, a catequese com jovens é bastante diferenciada da catequese de iniciação de crianças, tanto nos seus conteúdos quanto no seu método. Não pode ser simples transposição de conteúdos infantis "melhorados" e mais aprofundados...
É preciso que o catequista contemple uma série de temas e vivências muito próprias do mundo juvenil para que sua palavra encontre algum eco entre seus catequizandos jovens. Quanto ao jeito de catequizar, aqui se exige uma série de "conversões" a um estilo todo apropriado e diversificado de fazer acontecer o processo evangelizador e catequético.

Qual catequista?
Em primeiro lugar, há que pensar na idade e experiência de vida do catequista. Ainda que o critério "idade cronológica" não seja decisivo nem restritivo a um bom trabalho, a experiência tem mostrado que certa identificação catequista-catequizando favorece certamente o processo; isto é, o chavão "jovem evangeliza jovem" tem alguma razão de ser. Sempre que possível, a comunidade eclesial deve investir na seleção e formação de alguns jovens para enviá-los a outros jovens como educadores da fé.

Mas, para isso, é necessário que esse catequista jovem tenha aderido consciente e alegremente à vida eclesial, no seguimento de Jesus Cristo e na experiência espiritual do encontro com ele, de modo que dê um testemunho coerente da fé na comunidade e na vida social. Isso pressupõe que este jovem tenha passado por fecunda catequese, participe dos sacramentos, esteja engajado na caminhada das pastorais da Igreja e, sobretudo, seja boa referência de fé nos mais diversos ambientes que frequenta (escola, trabalho, lazer etc.).
É interessante que seja um pouco mais velho que seus catequizandos, mas participe de seu mundo, conheça bem seus costumes, esteja inteirado da linguagem e da cultura juvenil dos dias atuais.

Nada impede que um catequista bem mais velho assuma a condução de um grupo de jovens se ele estiver aberto ao diálogo e a uma caminhada de trocas de experiências e vivências de fé. Um catequista que já tenha se casado, por exemplo, e também tenha filhos jovens pode agregar muito aos jovens catequizandos, desde que saiba lidar bem com eles, não tenha preconceitos contra os costumes e comportamentos dos jovens, não seja conservador na sua metodologia, mas saiba diversificar o jeito de catequizar e tratar adequadamente dos assuntos e temas mais relevantes ao interesse e necessidade dos jovens.

Que catequese?
Uma catequese acolhedora e afetiva é imprescindível, já que vivemos em um contexto cultural bastante controvertido e delicado. Muitos jovens estão desencantados com a vida, sem perspectivas profissionais oriundos que são de famílias esfaceladas que não lhes podem dar suporte algum. Outros perguntam pelo sentido da existência e querem encontrar, na fé, respostas adequadas às suas mais profundas angústias e insatisfações. Buscam, sobretudo, referências e exemplos em que possam se espelhar para reorganizar sua caminhada. E o catequista, não raras vezes, será eleito por eles como testemunha e modelo de vida.

Enfim, para ser catequista de jovem, é necessário "educar-se" novamente na perspectiva do mundo jovem: mundo da criatividade, do questionamento que liberta, da fé operante e construtora de um mundo melhor, do afeto e da fraternidade do belo, do lúdico e do encontro com Jesus Cristo, jovem comprometido com a vida e com as grandes utopias da humanidade renovada e feliz!

Reflexão: Em sua opinião como deve ser um catequista que se dispõe a catequizar jovens?
Fonte: Pe. Vanildo de Paiva em (Formação pessoal e comunitária) 

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