CATEQUESE COM ADULTOS |
O mundo de hoje cria inúmeras sedes superficiais, em que as pessoas se atiram para saciá-las, mas, na caminhada, percebem que não chegam nunca ao esperado.
- Como saciar estas múltiplas sedes que o ser humano almeja estancar?
- Como utilizar a água adequada diante da diversidade de adultos em nossas comunidades?
Desafios e forças
O processo de tornar-se adulto e cristão não é uma tarefa fácil diante da complexidade da realidade, contraditória e fragmentada.
A realidade atual envolve as pessoas com grandes possibilidades de crescimento, de realização humana, mas também o desafia com incertezas, inseguranças e inquietações que afetam o modo de ser e de viver a fé.
Neste contexto, é desafiador pensar num método uniforme e único de educação da fé, pois é preciso tomar consciência dos múltiplos questionamentos e desafios que a realidade apresenta, especialmente para o mundo dos adultos. A caminhada para a fé não pode ser dissociada do todo do ser humano, pois ela perpassa toda a vida e a vida toda.
Aqui sobressai uma pergunta: como motivar os adultos para tomar consciência de sua permanente caminhada de fé e inserção na comunidade cristã como crescimento processual?
Alguns referenciais
Neste mundo complexo em que vivemos, as pessoas criam resistências, assumem decisões e aprendem desde cedo a se defenderem para poderem sobreviver. Esta competição nem sempre favorece o seu desenvolvimento e o crescimento humano e cristão. As necessidades de sobrevivência inibem a capacidade de síntese, diante de ideias massificantes apresentadas pelos meios de comunicação.
Há um número crescente de adultos que vive na exclusão, cresce em situações desumanas sem se dar conta da necessidade do crescimento humano, religioso e afetivo na sua consciência de cidadania. Sobreviver passa a ser o eixo da vida.
Vivem-se realidades em que as formas de desenraizamento e desorientação cultural, motivado por constantes migrações, afetam a família, a sociedade e a igreja. O anonimato torna-se gerador de insegurança, violência e perda dos referenciais para a vida.
O mundo individualista leva adultos a perderem as posturas morais, relativizando a vida e seguindo práticas que geram morte como o aborto, uso de drogas, eutanásia, execusões sumárias...
Como trabalhar os referenciais oriundos do Evangelho, a formação da identidade pessoal e o crescimento na fé onde faltam moradia, trabalho adequado, educação sistemática, lazer, oportunidade de trabalho? Tudo afeta o ser humano e sua própria história tornando-o mais frágil e inseguro diante de sua vida e da sua família.
A sociedade moderna se concentra nas grandes cidades e aí pontua seu sistema de vida sobre o espaço e o tempo. O espaço é regido peça força econômica: bancos, vitrines, mercados, shopping... Cria o mundo ilusório do visual. Nesse contexto, a experiência religiosa, além de fragmentar-se, caminha para a satisfação das necessidades imediatas e de forma individual. Diante dessa multiplicidade de situações, não cabem nem modelos nem soluções distantes da realidade onde os adultos vivem.
É preciso procurar alternativas aplicáveis de forma conjunta, a partir do adulto como sujeito da evangelização. Estas alternativas sinalizam para:
- a busca de sentido à própria vida;
- o desejo de participação;
- a defesa da vida em todos os sentidos;
- o grito da mulher, o índio, do negro e dos grupos marginalizados na reivindicação dos seus direitos;
- a multiplicidade de voluntários(as) na luta por mais justiça e no anúncio da Palavra;
- uma intensa busca do espiritual expresso num forte pluralismo;
- o entusiasmo presente nas comunidades com sentido de provocar maior consciência e pertença.
- de encontro com o transcendente, numa perspectiva de um relacionamento experiencial;
- de busca de felicidade pessoal, na ânsia de encontrar uma adequada realização;
- de convivência harmoniosa, isto é, de diálogo, justiça, solidariedade, acolhida...
O adulto, nosso interlocutor, é sujeito da ação catequética. É a partir dele, de suas necessidades, buscas e interrogações que a catequese ´precisa caminhar. O desafio metodológico com adultos continua sendo centro das preocupações da pastoral e da catequese.
- Que motivações oferecemos para os mais variados tipos de adultos no seu crescimento?
- Como acolhemos os indiferentes ou os que abandonaram a vida comunitária e a vivência da fé após os sacramentos?
- Como evangelizar os que vivem uma religião sem compromisso?
- Como atingir de forma mais consistente os que se alimentam apenas pela tradição da religiosidade popular?
Acompanhe as próximas postagens sobre o Método.
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