sexta-feira, 22 de novembro de 2013

BELEZA DA HISTÓRIA DE NOSSA CATEQUESE

O movimento Catequético no início do Século XX.

Os movimento de renovação que antecederam o Concílio Vaticano II

No final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, vários movimentos foram tomando corpo na Igreja, em busca de ampliar o diálogo com a modernidade. Esses movimentos contribuíram para a renovação trazida pelo Concílio Vaticano II, na década de 1960. Assim, pode-se afirmar que o concílio é fruto de experiência que já estavam sendo vivenciadas em várias partes do mundo e em diversas áreas da Igreja, principalmente a litúrgica e a bíblica.

Os movimentos bíblico e litúrgico

O movimento catequético, como dito acima, foi fortemente influenciado pelas renovações na forma de estudar e interpretar a palavra de Deus, bem como de compreender e vivenciar a liturgia. Esses movimentos buscaram aproximar a Bíblia e a liturgia da vida do povo. té então, poucos católicos tinham acesso à Bíblia ou entendiam o que tentavam celebrar na liturgia.

O movimento bíblico católico surge com a intenção de aproximar as Escrituras do sujeito moderno, ou seja, do homem e da mulher do final do século XIX e início do XX, influenciados pelo contato com a ciência, a compreensão histórica e a subjetividade. Vai buscar apoio nas ciências como a história, a linguística e a hermenêutica. Surge o método histórico-crítico, que sistematizou, cientificamente, os estudos bíblicos. São elementos desse método: a crítica textual, a crítica das fontes, dos gêneros literários, da tradição, da redação, da comparação. O movimento foi criando nova perspectiva, de aproximação do fiel às Escrituras, com maior autonomia e liberdade, incentivando o estudo e a leitura pessoal.

Na liturgia, o movimento de renovação busca tornar a celebração litúrgica não apenas "assistida" pelos fiéis, mas participada por eles. Já na segunda metade do século XIX, destaca-se, nesse sentido, dom Guéranger, monge francês. No entanto, o nome mais reconhecido nesse processo é o de dom Lambert Beauduin, monge belga. O mosteiro onde vivia dom Beauduin se tornou um polo difusor da renovação litúrgica. Os estudos nesse campo procuravam eliminar o que já estava desgastado e sem sentido na liturgia, preservando o verdadeiro sentido da tradição cristã. Os papas Pio X e Pio XII fizeram modificações dos ritos; no caso do último, em ritos da Semana Santa. Duas características marcaram esse movimento: compreender o que se faz e participar do rito de forma efetiva, pessoal e comunitária. De um lado, buscou-se valorizar a participação, pessoal e comunitária, bem como a compreensão do rito, dispensando o que já não tinha sentido de ser, simplificando-o; de outro, procurou-se valorizar a pluralidade da oração eucarística e da liturgia da palavra. Valoriza-se o mistério celebrado, em sua profundidade, assim como a dimensão pascal e salvífica, mais do que o simples cumprimento do rito, como se este fosse um ato frio e imutável.

Movimento catequético

Vários métodos foram sendo criados na Europa, em busca de uma catequese capaz de chegar às pessoas do século XX que viviam numa sociedade urbanizada e secular, na qual a família e a própria sociedade já não eram, por si mesmas, ambientes capazes de promover a educação cristã das crianças e adolescentes. A pedagogia nas escolas formais também avançava, trazendo novos pensamentos, contribuições e métodos de educação escolar. Eles serviram de inspiração para os catequistas e para os catequetas. Entre os métodos que conseguiram alcançar destaque, na primeira metade do século XX, estaca o Método de Munique, que incorporou à catequese a didática dos graus formais. Nele, o primeiro passo é a do tema, seguido da explicação (que vai do concreto para o geral) e, depois, da aplicação à vida concreta. A crítica a esse método, entre outras, recai no fato de que a criança permanece passiva nas duas primeiras fases, participando, de certa maneira, apenas na fase da aplicação.

Outro método, nesse sentido, foi o da Escola Ativa, que se fundamentava no conceito de "aprender fazendo". Na catequese, houve grande preocupação de que essa fosse uma aprendizagem para a vida e que o grupo da catequese fosse um ambiente cristão. Ao ensinamento (conteúdo mais doutrinário) se juntaram as brincadeiras, as festas, as ações de caridade, a formação moral e os ritos litúrgicos.
Pode-se ainda citar o método querigmático, que punha ênfase no anúncio da mensagem cristã, sendo o catequista uma testemunha da mensagem que prega. As linguagens bíblica, litúrgica, doutrinal e testemunhal são apropriadas por esse método para acentuar o conteúdo. No entanto, ele foi revisado pelo Concílio Vaticano II, pois, ao acentuar unilateralmente o caráter teológico da Palavra, despreza outras dimensões que o concílio retoma, como a antropológica, a experiencial, a comunitária e a política.

O movimento catequético no Brasil.

A catequese no Brasil recebeu novidades, num primeiro momento, devido à recepção da encíclica Acerbo Nimis, de Pio X, mas também influenciada pelo Movimento de Munique. A Ação Católica também contribuiu para a renovação catequética no país, ajudando a erigir os leigos em corresponsáveis pelo desenvolvimento da catequese, impulsionando também a luta pelo ensino religioso nas escolas.
Em 1928, realizou-se o Primeiro Congresso Catequético Brasileiro, sediado em Belo Horizonte (MG), tendo à frente dom Antônio Cabral. Manuais foram adotados em algumas escolas, além do Catecismo Romano. Em 1937, foram publicados os Cadernos Catequéticos, organizados pela professora Valeska Paixão, e a Pedagogia do Catecismo, do padre Álvaro Negromonte.

Fortaleceu-se a catequese em forma de escola. No ano seguinte, foi publicada, por jesuítas, a Folha Catequética, em Porto Alegre (RS), com a proposta de divulgar o Método de Munique.
O Rio de Janeiro sediou, em 1939, o Concílio Plenário Brasileiro, evento que reuniu os bispos do país, tendo a catequese como um dos temas.

Aliás, revistas e subsídios catequéticos foram amplamente publicados em todo o mundo, assim como realizados congressos e semanas catequéticas e criadas escolas de formação, tendo à frente congregações religiosas.

Para conversar:
O que já conhecíamos a respeito desses movimentos, personagens, eventos e publicações aqui mencionados?
Muitos desses eventos continuam sendo realizados, como semanas e congressos catequéticos e escolas de formação. Quais deles conhecemos? Alguém do grupo já participou de um evento desse tipo?
Fonte: Revista Ecoando Ano XI n.43.

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