quarta-feira, 24 de abril de 2013

RETIRO ESPIRITUAL - COMISSÃO ARQUIDIOCESANA DA INICIAÇÃO PARA À VIDA CRISTÃ

Nos dias 22 e 23 a Comissão Arquidiocesana da Iniciação para à Vida Cristã, foi acolhida na Casa das Irmãs de Nª. Srª. de Belém em Petrópolis para o Retiro Espiritual 2013, cujo o Tema foi "A Porta da Fé, que introduz na vida de comunhão com Deus está sempre aberta para nós" (Porta Fidei n.1).

Na noite de 22 iniciou o Retiro com a Santa Missa presidida pelo Mons. Paulo. A Irmã Inês começou a Reflexão com uma Dinâmica (Porta Fidei) - "Neste Ano da Fé o Santo Padre nos convida a refletir sobre a nossa própria fé; sobre os seus fundamentos e sobre a maneira como a vivenciamos. E o ponto de partida é lembrarmos que esta porta é o próprio Cristo que nos ama, nos chama e está sempre disposto a nos acolher."

Apresentando as fontes de crescimento para a nossa espiritualidade e nossa Fé:


A Bíblia - (...a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma).
Documentos do Concílio Vaticano II - (...nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho(...) uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja).
Catecismo da Igreja Católica - (... norma segura para o ensino da fé).
Credo - (os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o patrimônio de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado).
Crucifixo - (No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados. cf. At 5,31).

"O amor de Cristo nos impele" (2Cor 5,14) - É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar.

No segundo dia de retiro, foi apresentado pelos representantes Vicariais (Niterói, Oceânico, Rural, Alcantara, Lagos e São Gonçalo), os Temas das Catequeses do Papa emérito Bento XVI, sobre o Ano da Fé.
Utilizando de várias metodologias, criatividade e acima de tudo muita espiritualidade os membros envolvidos apresentaram e partilharam as Catequeses:
O que é a Fé?
A fé da Igreja
O desejo de Deus.
Os caminhos para chegar ao conhecimento de Deus.
O bom senso da fé em Deus.
Como falar de Deus?
Deus revela o seu desígnio benevolente
Etapas da Revelação
Virgem Maria, ícone da fé obediente
Fez-se homem
Jesus Cristo "mediador e plenitude de toda a Revelação"

Na última reflexão foi abordado o grande Mistério da nossa Fé: a Eucaristia, que nos dá capacidade, força e perseverança de viver como verdadeiros cristãos no mundo em que vivemos.

Ao término do retiro a Irmã conduziu uma avaliação do Retiro.
" Somente com e pela graça de Deus, seu amor misericordioso fazemos aquilo que é do agrado de Deus"












Por: Comissão Arquidiocesana de Iniciação para a Vida Cristã.
23.04.2013.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS EM CAMPOS - RJ

No dia 06 de abril de 2013 as Irmãs de Belém estiveram presentes na Diocese de Campos para formação com os catequistas da Quase Paróquia de São Vicente..

FOTOS DO BATISMO NA VIGILIA PASCAL EM PORTO DAS CAIXAS - RJ

Com alegria os primeiros catecúmenos Batizados na Paróquia Nª Srª da Conceição em Porto das Caixas - RJ, dentro do Processo da Inciação para a Vida Cristã.

Pelo Batismo o catecúmeno é inserido no Povo de Deus. Torna-se membro da Igreja.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

DESAFIOS PARA CATEQUESE, HOJE


Desafios para a catequese, Hoje

Leomar Brustolin[1]

•          O que temos? Ver a realidade com luzes e sombras
•      
    O que queremos? Avaliar nossa prática à Luz do Diretório Nacional para a Catequese
•          
Como faremos? Propor ações e sugestões para atingir nossos objetivos


Nossa realidade
Catequese que parece aula
Dia do sacramento parece uma formatura
Descompromisso da família
Sensação de que “algo” precisa mudar ( pais, idade, manual, etc..)
Cansaço em muitas situações
Boas iniciativas e alternativas mas muito localizadas
Boa vontade para anunciar Jesus Cristo
Renovado interesse a partir do Diretório Nacional para  catequese
Catequese como iniciação cristã!!!

Vivemos mudanças aceleradas
Características da Pós-Modernidade
Modernidade: razão, a palavra, argumento, pregador
Pós-modernidade:  crise da razão, evidencia o sentimento, o cuidado, a sensação, a imagem, testemunho, exemplo
Momento Novo
Urbanização: progresso tecnológico, informática e meios de comunicação social.
Caracterizado:
1.      Pluralismo
2.      Descartabilidade
3.      Utilitarismo
4.      Imediatismo
5.      Emotividade
6.      Esteticismo


Por que a nossa catequese tem tantos desafios?
Será que nós fomos evangelizados? Iniciados?
Reduzimos  a catequese à infância e à adolescência, tem gente que pensa que já sabe tudo!!!
Ter identificado catequese com catecismo e com preparação aos Sacramentos... E A FORMAÇÃO PERMANENTE ?
dado a impressão de que para a missão de catequista não é preciso haver pessoas preparadas, bastando a boa vontade, e algumas receitinhas de técnicas de dinâmicas, animação, cantoria...
Desvinculou-se da parte litúrgica e celebrativa .
A pessoa precisa sentir Deus presente na comunidade que celebra.
 
Catequese virou Aula!!!

Escola
Alunos
Professores
Chamada
Quadro negro
Exercícios de aprendizagem
Prova de avaliação
Aprovado ou reprovado
Livro base
Estudar


Catequese é vivência do Mistério

Catequese
Catequizandos
Catequistas ( introdutores, padrinhos)
Ver porque alguém faltou ao encontro
Mesa onde todos sentam ao redor
Avalia-se o progresso na participação na comunidade
Bíblia
Manual: ferramenta e não fim


Distinções Necessárias

EVANGELIZAÇÃO
é o anúncio de uma proposta de fé, supõe adesão confessional. É a presença ativa da Igreja no mundo, conforme o Evangelho de Jesus Cristo. Evangelizar é anunciar.
ENSINO RELIGIOSO
 é o componente curricular escolar que possibilita ao estudante uma compreensão das manifestações religiosas na cultura humana em vistas da formação cidadã.
CATEQUESE
 processo permanente, comunitário  e progressivo da educação da fé cristã.
Kata-echkéo: a Palavra de Deus, que dele vem pela Igreja ecoa no coração e  na vida e, daí, ressoa, repercute em conversão, atitude, compromisso com a Comunidade

O Que Queremos?  ( Julgar)


Uma catequese:
Cristocêntrica
Bíblica
Litúrgica
Comunitária
Solidária
Orante
CAMINHODE  DISCÍPULOSE MISSIONÁRIOS


A Catequese deve:
Iniciar no mistério ( Presença de Alguém)
Ensina a dialogar ( rezar estar nEle)
Deus: Trindade: comunidade de amor
Revelada em Jesus Cristo: opção fundamental
Na Igreja de Jesus ( Comunidade que também precisa de conversão permanente)
Para viver como Jesus viveu: no amor a deus e ao próximo
Esperar o Reino de Deus entre o já e o ainda-não.

Como faremos? (Agir)
Romper com esquema atual: escola
Despertar o interesse/motivação
Procurar ser mais criativos, mas com metas definidas.
Preparar os catequistas e planejas os encontros
Vincular à vida comunitária e solidária

Pistas de ação
Cultura da imagem: vídeo, DVD, figuras modernas etc.. ( cuidar com imagens velhas  ou desenhos muito antigos ou inadequados a certa faixa etária
Trabalhar o lúdico: o jogo, aprender brincando. Mas cuidado para não usar muitas dinâmicas sem saber o porquê
Iniciar na oração viva: cuidar do tempo ( não muito longa) do espaço ( sagrado) e do conteúdo ( linguagem)
Contar exemplos: Madre Teresa, João Paulo II etc...
Ajudar o catequizando a fazer perguntas, a associar fé e vida. Usar o jornal e a revista da semana!

Cuidar do Espaço
Mesa com cadeiras
Sem quadro negro
Bíblia em destaque
Ambão para a Palavra: vela, flores, água
Ambiente arejado, alegre, sem muitos cartazes pendurados nas paredes ( típico de ambiente escolar) poucos cartazes e significativos ( não poluir o visual)
Imagem de Jesus, crucificado ou ressuscitado.

Catequista
Preparado: leitura e oração
Bíblia, jornal e revistas.
Preparar os símbolos: escolher bem, o ideal são dois: um para o texto bíblico e outro para a realidade.
Rezar antes de começar o encontro, equilibra-se: estar de bem coma vida! O catequizando percebe se pode confiar ou “dominar” o catequista
Cuidar da aparência e da linguagem acessível e não descontextualizada.

Leitura Orante
Texto Bíblico: selecionar bem, textos curtos, de preferência narrativo ou parábola.
Iniciar o encontro com boa acolhida. Dar tempo para chegar, falar um pouco, se acomodar! ( é preciso acalmar mente e coração para começar, para isso não basta dizer: Silêncio!)
Se possível colocar uma música de fundo...
Introduzir a temática do encontro brevemente

O Encontro
Após a acolhida:
Mudar de espaço: ir até o ambão, todos em pé,
1. Sinal da Cruz com água benta
2. Canto de aclamação à Palavra e acendimento da vela
3. Um catequizando lê a Palavra
4. Outro catequizando lê novamente
5. A catequista faz uma terceira leitura destacando alguns pontos.
6. Beijar a Bíblia
7. Reconstruir o texto com a participação de todos
8. Voltar para a mesa, sentar. Cada um pode dizer a parte do texto: palavra, frase ou gesto que mais lhe chamou atenção. ( sem dizer o porquê, apenas citar.
9. A catequista explica o contexto da passagem e trabalha alguns versículos selecionados para explicar o significado do texto.
10. Através de alguma imagem de revista ou de algum outro recurso, ver como o texto se aplica aos nossos dias, como ele ilumina o cotidiano?
11. Propor uma atividade (dinâmica ou arte) que firme o que foi visto no encontro ( evite-se atividades escolares: redação, exercícios escritos etc..)
12. Dedique-se um bom tempo para oração sobre o que foi visto. Pode ser ao redor do ambão ou na igreja. Importante não fazer sentado e sem motivações.
13. Distribuir tarefas para o próximo encontro: leituras, quem traz flores, quem prepara o símbolo etc...

Integrando a Liturgia
Solenizar a leitura da Palavra na Catequese
Visitar a comunidade: Via Sacra, terço ( ou dezena), adoração ao Santíssimo ( cuidar que o tempo seja proporcional à idade e ao interesse dos catequizandos.
Propor celebrações mensais onde todos são chamados a participar com os pais:
1. Tríduo Pascal ( especialmente quinta-feira santa e sábado de aleluia)
2. Assistir um batizado na comunidade
3.Renovação das Promessas do Batismo
4. Celebração da Penitência ( não fazer apenas como desobriga nas vésperas da Primeira Eucaristia)
5. Missa com a entrega do escapulário ( devocional muito apreciado)
6. Bênção das Bíblias em setembro
7. Missa em homenagem aos catequistas em agosto

Referências Bibliográficas
BOLLIN, Antônio; GASPERINI, Francesco. A catequese na vida da Igreja. Notas de história, São Paulo: Paulinas 1998.
BRUSTOLIN, Leomar. Formação Bíblica para Catequistas. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2007.
______________ e LELO, Antônio. Caminho de fé, livro do catequizando. São Paulo: Paulinas, 2006.
______________ . Caminho de fé, livro do catequista. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2007.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretório nacional da catequese. São Paulo: Paulinas 2007. Documentos da CNBB 84.
_____, Catequese renovada. Orientações e conteúdo. São Paulo: Paulinas 1984. Documentos da CNBB 43.
_____, Animação da vida litúrgica no Brasil. Elementos de pastoral litúrgica. 3. ed. São Paulo, Paulinas 1989. Documentos da CNBB 43.
_____, Orientações para a celebração da Palavra de Deus. 11. ed. São Paulo, Paulinas, 2000. Documentos da CNBB, 52.
_____, O itinerário da fé na “iniciação cristã de adultos. São Paulo: Paulus 2001. Estudos da CNBB 82.
_____, Com adultos, catequese adulta. Texto-base elaborado por ocasião da Segunda Semana Brasileira de Catequese. São Paulo: Paulus 2001. Estudos da CNBB 80.
_____, Formação dos catequistas. Critérios pastorais. São Paulo: Paulus 1990. Estudos da CNBB 59.


[1] Doutor em Teologia. Professor da Faculdade de Teologia da PUCRS, onde é Coordenador do Curso de Especialização em Ensino Religioso e coordenador do Mestrado em Teologia.  leomar.brustolin@pucrs.br

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?


Quem é o Espírito Santo?



No Catecismo da Igreja Católica, o Espírito Santo é a "Terceira Pessoa da Santíssima Trindade". Quer dizer, havendo um só Deus, existem nele três pessoas diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo. Esta verdade foi revelada por Jesus em seu Evangelho.

O Espírito Santo coopera com o Pai e o Filho desde o começo da história até sua consumação, quando o Espírito se revela e nos é dado, quando é reconhecido e acolhido como pessoa. O Senhor Jesus no-lo apresenta e se refere a Ele não como uma potência impessoal, mas como uma Pessoa diferente, com seu próprio atuar e um caráter pessoal.

O Espírito Santo, o Dom de Deus

"Deus é Amor" (Jo 4,8-16) e o Amor que é o primeiro Dom, contém todos os demais. Este amor "Deus o derramou em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5,5).
Poste que morremos, ou ao menos, fomos feridos pelo pecado, o primeiro efeito do Dom do Amor é a remissão de nossos pecados. A Comunhão com o Espírito Santo, "A graça do Senhor Jesus Cristo, e a caridade de Deus, e a comunicação do Espírito Santo sejam todos vossos" (2Cor 13,13;) é a que, na Igreja, volta a dar ao batizados a semelhança divina perdida com o pecado.

Pelo Espírito Santo nós podemos dizer que "Jesus é o Senhor", quer dizer para entrar em contato com Cristo é necessário Ter sido atraído pelo Espírito Santo.

Mediante o Batismo nos é dado a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Espírito Santo. Porque os que são portadores do Espírito de Deus são conduzidos ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver ao Filho de Deus, e sem o Filho, ninguém pode aproximar-se do Pai, porque o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se alcança pelo Espírito Santo.

Vida e Fé. O Espírito Santo com sua graça é o "primeiro" que nos desperta na fé e nos inicia na vida nova. Ele é quem nos precede e desperta em nós a fé. Entretanto, é o "último" na revelação das pessoas da Santíssima Trindade.
O Espírito Santo coopera com o Pai e o Filho desde o começo do Desígnio de nossa salvação e até sua consumação. Somente nos "últimos tempos", inaugurados com a Encarnação redentora do Filho, é quando o Espírito se revela e nos é dado, e é reconhecido e acolhido como Pessoa.

O Paráclito. Palavra do grego "parakletos", o mediador, o defensor, o consolador. Jesus nos apresenta ao Espírito Santo dizendo: "O Pai vos dará outro Paráclito" (Jo 14,16). O advogado defensor é aquele que, pondo-se de parte dos que são culpáveis devido a seus pecados os defende do castigo merecido, os salva do perigo de perder a vida e a salvação eterna. Isto é o que Cristo realizou, e o Espírito Santo é chamado "outro paráclito" porque continua fazendo operante a redenção com a que Cristo nos livrou do pecado e da morte eterna.

Espírito da Verdade: Jesus afirma de si mesmo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). E ao prometer o Espírito Santo naquele "discurso de despedida" com seus apóstolos na Última Ceia, diz que será quem depois de sua partida, manterá entre os discípulos a mesma verdade que Ele anunciou e revelou.

O Paráclito, é a verdade, como o é Cristo. Os campos de ação em que atua o Espírito Santo são o espírito humano e a história do mundo. A distinção entre a verdade e o erro é o primeiro momento de tal atuação.

Permanecer e atuar na verdade é o problema essencial para os Apóstolos e para os discípulos de Cristo, desde os primeiros anos da Igreja até o final dos tempos, e é o Espírito Santo quem torna possível que a verdade sobre Deus, o homem e seu destino, chegue até nossos dias sem alterações.

Símbolos

O Espírito Santo é representado de diferentes formas:
  • Água: O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, já que a água se transforma em sinal sacramental do novo nascimento.
  • Unção: Simboliza a força. A unção com o óleo é sinônimo do Espírito Santo. No sacramento da Confirmação o confirmando é ungido para prepará-lo para ser testemunha de Cristo.
  • Fogo: Simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito.
  • Nuvem e Luz: Símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Assim desce sobre a Virgem Maria para "cobri-la com sua sombra" . No monte Tabor, na Transfiguração, no dia da Ascensão; aparece uma sombra e uma nuvem.
  • Selo: é um símbolo próximo ao da unção. Indica o caráter indelével da unção do Espírito nos sacramentos e falam da consagração do cristão.
  • A Mão: Mediante a imposição das mãos os Apóstolos e agora os Bispos, transmitem o "Dom do Espírito".
  • A Pomba: No Batismo de Jesus, o Espírito Santo aparece em forma de pomba e posa sobre Ele.

MISTAGOGIA


Mistagogia

Uma palavra – que parece ser nova, mas é muito antiga – está atualmente fazendo parte de vários textos de documentos da Igreja Católica. Trata-se da palavra ‘mistagogia’, que é uma forma pedagógica dos Pais da Igreja orientarem o processo da iniciação à vida cristã de muitos que queriam inserir-se na Igreja, entre os séculos III e IV da era cristã.

O teólogo e liturgista L. F. Santana, da PUC-Rio afirma que os Pais da Igreja “são os transmissores privilegiados daquilo que viveram e testemunharam as comunidades cristãs da primeira hora”. Podemos dizer que “eles são as testemunhas qualificadas, devido sua experiência teológica, constituídas pelos dois pólos, intimamente conexos da Sagrada Escritura e da Igreja”, afirma a professora Rosemary Fernandes da Costa (PUC-Rio), especialista em mistagogia e catequeses mistagógicas.

É por esse caráter relevante que o termo mistagogia ganha espaço na redação de muitos textos da Igreja, como contributo, tema relevante e fonte a ser resgatada na evangelização atual. Rosemary afirma que “trazer o eixo mistagógico para esta temática é resgatar o conceito de Iniciação Cristã, não como um processo com vistas à celebração dos sacramentos, mas como caminho de aproximação entre a pessoa e o mistério de Cristo, que vem ao encontro das pessoas na história”.

Resumindo, a mitagogia é um recurso pedagógico, o qual vai conduzindo os iniciantes, passo-a-passo nos mistérios da fé e da Igreja, tendo em vista uma caminhada cristã. Assim, para os Pais da Igreja, não se trata apenas de conteúdo catequético e doutrinário, tendo em vista a inserção na vida cristã, mas possui um caráter de fundamento teológico, o que possibilita uma penetração cada vez mais nos mistérios celebrados. Esse aprofundamento, junto aos Pais da Igreja, se dava pelas celebrações litúrgicas, sempre providas de caráter nobre e catequético, cujo conteúdo formativo, dado pelos ritos, sinais e símbolos, permitia aos participantes e iniciados mergulhar nos mistérios da fé que celebravam.

O termo Mistagogia vem do grego e significa mister = mistério / agogain = pedagogo (significando aquele que conduz). Pedadogo é aquele que conduz na educação, mas na mistagogia o pedagogo é alguém que conduz pelo caminho do mistério. O pedagogo é alguém que ajuda a conduzir de um caminho para outro, de um lugar para outro.

Essa figura era comum na Grécia antiga, tratava-se de escravos que conduziam as crianças para a escola. Eles tinham uma responsabilidade, eram apenas mediadores, mas ainda continuavam na condição de escravos. A figura do mistagogo vem da Grécia, mas foi assumida pelas outras religiões, na Índia, por exemplo. Quem faz mistagogia, ajudando o(a) outro(a) a entrar no mistério, é um(a) mistagogo(a).

O tema da mistagogia foi desenvolvido no século III e IV com os Pais da Igreja. Cirilo de Jerusalém foi um dos Pais da Igreja que escreveu muitas homilias mistagógicas, desenvolvendo nessas homilias verdadeiros conteúdos mistagógicos.

A mistagogia é uma teologia, é um jeito de compreender como Deus se revela. Um jeito de se colocar diante da revelação. Ela nos envia a algum lugar, à liturgia, por exemplo. Podemos dizer que Deus é um pedagogo, pois tem um jeito de se aproximar, de se revelar, de dar um passo com a gente.

O Antigo Testamento está cheio de narrações de aproximações pedagógicas de Deus para com o povo de Israel, o povo eleito. Essa revelação, que se dá através das Sagradas Escrituras, tem uma dinâmica, e essa dinâmica passa pelo processo da fé. Esta se dá através de uma experiência pessoal e comunitária. É a mistagogia a encarregada de fazer a gente perceber essa dinâmica da revelação, mas também atingindo a comunidade.

Especialmente para nós, a mistagogia nos envia a uma Igreja. Uma Igreja que se encarna e serve, é diaconal. Compreendemos a Igreja também como sacramento, sobretudo ela nos envia a compreender a pessoa de Jesus e o mundo. Esses elementos estão em qualquer mistagogia. Os Pais da Igreja cuidaram muito bem desses elementos, a fim de transmiti-los a outros.

No documento Sacramentum Caritatis (Sacramento da Caridade, 2007), Bento XVI, no número 41, falando das artes sacras (pintura, escultura e iconografia), recorda que “estas devem ser orientadas para a mistagogia sacramental”, isto é, toda imagem sagrada, representada pelas artes, deve conduzir aquele(a) que as observa e contempla para a inserção no mistério que a obra quer revelar. A esse respeito, os artistas, escultores e pintores em geral, devem estar cientes de que sua arte deve estar cheia de conteúdos mistagógicos, o que consideramos como fator preponderante para adentrar aos templos sagrados.

No mesmo documento, no nº 64, Bento XVI fala do grande esforço da Tradição litúrgica da Igreja, que tem nos ensinado e encaminhado para uma frutuosa participação, o que de nossa parte requer um esforço por corresponder pessoalmente ao mistério que é celebrado. Por isso recomenda que: “fomente-se nos fiéis profunda concordância das disposições interiores com os gestos e palavras nas celebrações litúrgicas”. Essa concordância, a qual se refere o papa, “se faltar, corre-se o risco de se cair em simples ritualismo”. Desta forma, continua ele, “é preciso promover uma educação da fé eucarística que predisponha os fiéis a viverem pessoalmente o que se celebra”. Por isso, Bento XVI alerta no documento para a importância essencial desta participação pessoal e consciente, indicando que “essa estrada deve ser trilhada sob a via da catequese de caráter mistagógico, pois esta leva os fiéis a penetrarem cada vez mais nos mistérios que são celebrados”. E ainda afirma que “a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada”.

Com efeito, por sua natureza, “a liturgia possui uma eficácia pedagógica própria para introduzir os fiéis no conhecimento do mistério celebrado”, diz Bento XVI. Ademais, é necessário ouvir as autênticas testemunhas da fé, isto é, os Santos Padres, também chamados de Pais da Igreja. Como testemunhas qualificadas (já dissemos), são eles os chamados introdutores na fé, a partir da e na celebração eucarística.

Para se estruturar uma experiência fundamental que tem em vista um itinerário mistagógico, a Sacramentum Caritatis elenca três elementos, que também podemos chamar de passos a serem seguidos, vejamos:

1) Interpretação dos ritos à luz dos acontecimentos salvíficos, isto é, procurar nos ritos aquilo que se refere ao conteúdo de salvação oferecido por Jesus, também contido na Tradição da Igreja e da Sagrada Escritura;

2) Introduzir no sentido dos sinais contidos nos ritos, isto é, como recurso pedagógico, a mistagogia é capaz de unir sinais e símbolos, estes educam a sensibilidade dos fiéis, pois unidos à palavra, constituem o próprio rito, e

3) Mostrar o significado dos ritos para vida cristã, em todas as suas dimensões: trabalho e compromisso, pensamentos e afetos, atividade e repouso; isto é, a catequese mistagógica deve levar o fiel a perceber que a celebração, a liturgia, deve ser aplicada na vida. Só assim, a consciência, como fruto maduro da mistagogia, vai aos poucos sendo transformada pelos sagrados mistérios celebrados.

É interessante percebermos como é forte o apelo do documento Sacramentum Caritatis. Além disso, o documento reforça a necessidade de que a catequese mistagógica seja uma condição necessária nas nossas comunidades para se realizar, através de um processo pedagógico, a educação na fé, que se dá por meio de formadores(as) (introdutores/as) preparados para isso. Ainda, o mesmo documento diz que toda comunidade é chamada a ser lugar de introdução pedagógica aos mistérios que se celebram na fé.

Sem dúvida, está aí um bom caminho para trilharmos na nossa vida cristã: a iniciação mistagógica. Através dela nos abrimos ao mistério do Deus revelado em Cristo Jesus, que se dá a nós. Mas nossa acolhida depende exclusivamente de nós mesmos, de nos abrirmos à contemplação do mistério e fazermos dele ação em nossa existência. Para isso, contamos com nossas orações e celebrações litúrgicas.


SER LÍDER PASTORAL


Ser Líder Pastoral. 
O que é?

Para alguém se tornar um líder, seja pastoral ou não, este, deverá ao longo de sua formação, adquirir algumas qualidades, que julgo serem essenciais:
Primeiramente, o que se espera de um líder, é saber se ele tem um ideal, ou seja, um líder pastoral deverá inicialmente pensar: O que quero conseguir desse grupo ? Evidentemente, todas as ações da Igreja, se dão para um único fim. Cumprir os planos de Deus, realizando a sua vontade e assim tornar cada fiel-cristão um outro Cristo, numa réplica perfeita Daquele que é "perfeito Deus e perfeito Homem".
Mas, para fazer com que os outros cumpram a vontade de Deus, o próprio líder tem que cumpri-la primeiro. O líder tem que buscar a Deus e dizer-lhe tal como São Paulo: "Senhor, que queres que eu faça?" (At 22, 10).
É assim, que um líder pastoral muito mais que falar de Deus, tem que falar com Deus, para saber Dele qual rumo seguir, como canalizar os esforços do grupo para o bem comum, que ritmo empreender ao grupo, a fim de que, sua missão e a do grupo, esteja em perfeita conformidade com a vontade de Deus e não com a sua vontade humana, passível de erros.
E o que mais vemos na igreja de hoje ? Pessoas, que até, falam de Deus; que muitas vezes, se intitulam líderes ou que são colocados em tais posições, produzidos no "microondas", a toque de caixa, mas que não falam com Ele, não O adoram, não conhecem ou buscam conhecer a sua Palavra, não buscam obter d’Ele, o que de fato pode tornar o desempenho da liderança pastoral agradável e eficiente, a exemplo de Salomão que Lhe pediu em oração: Sabedoria e Inteligência (2Cr 1,10), não prestígio, status religioso, poder, riqueza, etc., e Deus lhe deu muito mais, pois nunca se deixa vencer em generosidade.
Mas, além de ter um ideal, necessário será amá-lo apaixonadamente, porém, não se trata de qualquer ideal, pois um ideal mesquinho torna o homem medíocre, ao passo que um ideal grandioso, torna um homem magnânimo, mais ainda, se o ideal é absoluto e eterno o homem se tornará um santo, pois o ideal faz o homem.
Porém, se o ideal faz o homem, a paixão faz o líder, tal como podemos ver ao longo da história da humanidade, pois todos os líderes foram apaixonados por seus ideais.
Quando pensamos em liderança pastoral, pensamos em qualidades peculiares que um líder deve possuir, no exercício de suas funções na Igreja. E para quem já está ou deseja tomar parte na liderança, o que deve ser mais importante, evidentemente, além do que já vimos?
Penso ser fundamental: Amar a Igreja de todo o seu coração, servi-la tal como serviríamos a Cristo, conhecê-lo profundamente, pois Ele é o fundador da Igreja à qual estamos servindo. Ora, se a Igreja é o Corpo de Cristo, como será possível servi-Lo se não a amarmos.
Também, não basta apenas amar a Igreja, pois um líder pastoral deve buscar a todo custo exercitar a paciência, demonstrando auto controle em meio às adversidades surgidas no caminhar de sua fé.
Exercitar a bondade, que se traduz em dar a devida atenção, apreciando a todos com sensibilidade e pureza de alma, como também, motivar seus liderados.
Exercitar a humildade, tendo Jesus como o modelo ideal, abrindo mão da arrogância e do orgulho que tenta persuadir o líder.
Exercitar o respeito, olhando as pessoas com a devida importância que elas esperam receber.
Exercitar o perdão, abrindo mão dos ressentimentos por aqueles que o tentam enganar, preservando a comunhão com Deus e com os homens.
Exercitar a honestidade, pois a honestidade dá equilíbrio ao amor, visto que o comportamento de um líder deve ser isento e dedicado à verdade a todo custo.
Finalmente, exercitar o compromisso, pois se não estiver comprometido com a liderança, certamente deixará de exercer a autoridade e lançará mão do poder.
Cabe aqui, esclarecer a diferença entre Poder e Autoridade:
Enquanto poder é o ato de coagir alguém a realizar sua vontade, do tipo: se Não fizer isso, vai...
Autoridade, se traduz na habilidade de levar as pessoas a realizarem seus afazeres ou suas tarefas pastorais, de boa vontade, felizes, satisfeitas, por causa de sua influência pessoal.
Portanto, o ideal é o que dá sentido e força à vida. E para atingi-lo vale arriscar até a própria vida, enfrentando as turbulências, os obstáculos e os perigos que acarretam toda decisão comprometedora.
Um líder pastoral é um guerreiro, que de batalha em batalha, vai aceitando as contrariedades como um desafio, na certeza de que alcançará atingir a meta final; qual seja: contribuir na implantação da "Nova civilização do amor".
No próximo artigo, abordarei algo que todo líder pastoral e também os agentes devem ter na mente e no coração para atingir a meta de sua missão, aguarde e tenham todos um santo mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.
Geraldo Magela