O ENCONTRO DE CATEQUESE
“Ser
catequista é ser jardineiro de gente.”
(Me.
Maria Helena Cavalcanti)
“Jesus cuidou atentamente
da formação dos discípulos que enviou em missão”. (DGC 137).
“Na escola de Jesus Mestre, o catequista une
estreitamente a sua ação de pessoa responsável, com a ação misteriosa da graça
de Deus. A catequese é, por isso, exercício de uma « pedagogia original da fé
».A transmissão do Evangelho através da Igreja é, antes de mais nada e sempre,
obra do Espírito Santo, e tem na revelação, o testemunho e a norma fundamental.
Mas o Espírito se vale de pessoas que recebem a missão do anúncio evangélico e
cujas competências e experiências humanas entram na pedagogia da fé. Daí nasce
um conjunto de questões amplamente tocadas, na história da catequese, no que
diz respeito ao ato catequético, às fontes, aos métodos, aos destinatários e ao
processo de inculturação (DGC 138)”.
Vejamos alguns pontos
importantes para a pedagogia catequética.
I – O ENCONTRO DE CATEQUESE
“A catequese é uma educação da
fé das crianças, dos jovens e dos adultos,
a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã dado em
geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude
da vida cristã.” (CT 18)
“Para que isso se torne possível Deus dispõe
de meios para que a revelação seja transmitida a todos os povos e a todas as
gerações” (DGC 42). E, na pedagogia catequética, um dos grandes meios de que o
catequista dispõe é o encontro semanal com seus catequizandos, sejam eles
adultos, jovens ou crianças. Por isso, o catequista deve conhecer a estrutura
dos Encontros que realiza com o seu grupo de catequese além de procurar crescer
nesta tarefa sublime de anunciador da Boa Nova: “Quero me fazer eco de uma
Verdade carregada de Eternidade”(Me. Ma. Helena Cavalcanti).
II - PREPARO DO CATEQUISTA
Se o catequista quer se tornar eco da
Boa Nova, deve, portanto, em primeiro lugar, abrir seu coração para esta
mensagem. “O discípulo de Cristo é aquele que primeiro escuta e depois faz e
fala. A escuta, o testemunho e a palavra são as três pilastras do edifício
espiritual, imprescindíveis na Catequese, na Comunicação da Boa Nova.”,
conforme afirma Me. Ma. Helena Cavalcanti.
Diante desta missão tão sublime, o catequista deve
estar atento a alguns pontos importantes:
ü
Domínio dos conteúdos da catequese;
ü
Busca constante de formação e aperfeiçoamento;
ü
Cultivo da espiritualidade;
ü
Conhecer seus catequizandos (interesses, anseios, dúvidas, ...)
ü
Interação Fé + Vida – no encontro da catequese
“A catequese deve iluminar com a Palavra de Deus as situações
humanas e os acontecimentos da vida,
para neles fazer descobrir a presença ou ausência de Deus.” (Puebla 997)
II – PREPARANDO UM ENCONTRO DE CATEQUESE
O
Encontro deve ser bem preparado:
·
constar de uma programação.
·
ter um plano => determinar o objetivo e a
atitude interior.
·
trazer o material necessário.
·
estudar, pesquisar, meditar, confrontar com a
vida.
Três momentos significativos:
1º - Antes do Encontro:
Planejar: determinar o objetivo e a atitude interior
– intimidade com o
conteúdo.
- Ler
e estudar o texto bíblico
- Definir
as prioridades e o que é secundário;
- Adequar
a linguagem e a mensagem à realidade do catequizando;
- Pesquisar
músicas, textos, filmes, dinâmicas que auxiliem na comunicação da fé;
- Programar
o encontro, distribuindo o tempo para atividade;
- Preparar
os materiais e o ambiente, antes da chegada dos catequizandos.
Importa não improvisar.
Prever é buscar a melhor forma para realizar o encontro de catequese. Os
catequizandos percebem quando o encontro foi preparado com amor e dedicação.
2º - Durante o Encontro:
Apresentar o conteúdo
permitindo espaço para intervenções e contribuições dos catequizandos.
Para o Encontro de catequese é importante:
Disciplina
– se estabelece com amor e competência
Segurança
– o catequista precisa estar envolvido pela mensagem que transmite
Valorização
– valorizar o que for positivo, sem esquecer de corrigir o que não está
correto.
Perguntas
– claras, objetivas e que conduzam à reflexão.
3º Depois do Encontro:
v
Provocar no catequizando uma reação, vivência do que foi
transmitido no encontro. O encontro
catequético é eficaz quando torna-se
fonte de vida cristã.
v
Avaliar a ação catequética para a correção daquilo que não foi
satisfatório.
(o que houve de
positivo, o que precisa melhorar; como foi o desenvolvimento do encontro, a
participação dos catequizandos, a convicção e o preparo do catequista,...).
III – PASSOS DE UM ENCONTRO.
Diz o Papa João Paulo II no documento
Catechesi Tradendae número 5, que “a finalidade da catequese é a de fazer com
que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com
Jesus Cristo”. Tendo em vista esta finalidade, é importante que o catequista
desenvolva com segurança, entusiasmo e convicção os passos do encontro, a fim
de que seja este seja um bom instrumento para facilitar a experiência de Deus
que o catequizando deve fazer. Por isso, devemos estar atentos a alguns
elementos importantes:
Ø
Incentivação – recurso ou procedimento que desperte em cada
catequizando o motivo para a ação catequética.
Ø
Palestra: Desenvolvimento do tema, levando à participação e
procurando despertar e
manter a atenção do grupo. Não esquecer que todo encontro deve incluir um texto bíblico como fundamentação e iluminação do tema central. Atenção ao
vocabulário que pode ser simples e profundo. Jamais vulgar, agressivo e
grosseiro. Devemos fazer com que, as idéias essenciais sejam
memorizadas, isto é, guardadas no coração como a pérola preciosa de que fala o
Evangelho.
Ø
Oração – é o ponto alto do Encontro. A catequese deve sempre
despertar o aspecto celebrativo da fé.
Ø
Atividade prática:
-
na comunidade (visitas, retiros, mutirões, campanhas ... )
-
no grupo ( dramatizações, jogos, música)
-
individual (orações, trabalhos escritos, desenhos... )
Ø
Proposta de ação – fornecer pistas para despertar as atitudes de
vida fraterna. É sempre bom sugerir um gesto concreto para a vivência do tema.
Ø
Recursos – são instrumentos que nos ajudam na motivação e
exploração dos conteúdos (flanelógrafo, vídeo ...). Devemos usar
adequadamente a voz e o material didático.
IV
- CONCLUSÃO
Como se vê, “aquele que
apresenta a Boa Nova deve possibilitar a condição favorável ao encontro com o
Deus vivo. A catequese segue-se à metanóia, à conversão. Que fazer para
promover a mudança de mentalidade, sem a qual a catequese não atinge plenamente
sua finalidade? A verdade só se revela inteira ao homem inteiro. A instrução
religiosa é um dos aspectos, o mais importante, os outros porém não podem
faltar: a pedagogia que leva em conta as diferentes idades e o grau de
instrução; Os métodos que se renovam para facilitar o aprendizado sem
empobrecer ou alterar o conteúdo; A realidade sócio-econômica, os tempos, os
lugares e a cultura” (Me. Ma. Helena Cavalcanti).
Deve-se prestar atenção ao tempo do
encontro, de modo a ser o mais adequado possível ao grupo e bem aproveitado.
Também, durante o encontro é preciso insistir na ideia-chave, retomando-a de
várias maneiras (através da palestra, de uma música, da dramatização, da
atividade em grupo ou individual). O documento Catequese Renovada, em seu
número 129, afirma que “sempre mais se
impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se
integre no seu crescimento global.”(CR )
BIBLIOGRAFIA
.
Diretório Geral para a Catequese. Congregação para o Clero;
.
Catequese Hoje. João Paulo II;
.
Documento de Puebla. CELAM;
.
Catequese Renovada, CNBB.
.
Escritos de Me. Ma. Helena Cavalcanti;
.
O Encontro de Catequese. Marilac Oleniki e Léo Marcelo Machado.
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