quinta-feira, 4 de abril de 2013

O ENCONTRO DE CATEQUESE


O ENCONTRO DE CATEQUESE

“Ser catequista é ser jardineiro de gente.”
(Me. Maria Helena Cavalcanti)
“Jesus cuidou atentamente da formação dos discípulos que enviou em missão”. (DGC 137).
“Na escola de Jesus Mestre, o catequista une estreitamente a sua ação de pessoa responsável, com a ação misteriosa da graça de Deus. A catequese é, por isso, exercício de uma « pedagogia original da fé ».A transmissão do Evangelho através da Igreja é, antes de mais nada e sempre, obra do Espírito Santo, e tem na revelação, o testemunho e a norma fundamental. Mas o Espírito se vale de pessoas que recebem a missão do anúncio evangélico e cujas competências e experiências humanas entram na pedagogia da fé. Daí nasce um conjunto de questões amplamente tocadas, na história da catequese, no que diz respeito ao ato catequético, às fontes, aos métodos, aos destinatários e ao processo de inculturação (DGC 138)”.

Vejamos alguns pontos importantes para a pedagogia catequética.

I – O ENCONTRO DE CATEQUESE

“A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos,  a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã.” (CT 18)

 “Para que isso se torne possível Deus dispõe de meios para que a revelação seja transmitida a todos os povos e a todas as gerações” (DGC 42). E, na pedagogia catequética, um dos grandes meios de que o catequista dispõe é o encontro semanal com seus catequizandos, sejam eles adultos, jovens ou crianças. Por isso, o catequista deve conhecer a estrutura dos Encontros que realiza com o seu grupo de catequese além de procurar crescer nesta tarefa sublime de anunciador da Boa Nova: “Quero me fazer eco de uma Verdade carregada de Eternidade”(Me. Ma. Helena Cavalcanti).

II - PREPARO DO CATEQUISTA

Se o catequista quer se tornar eco da Boa Nova, deve, portanto, em primeiro lugar, abrir seu coração para esta mensagem. “O discípulo de Cristo é aquele que primeiro escuta e depois faz e fala. A escuta, o testemunho e a palavra são as três pilastras do edifício espiritual, imprescindíveis na Catequese, na Comunicação da Boa Nova.”, conforme afirma Me. Ma. Helena Cavalcanti.

Diante desta missão tão sublime, o catequista deve estar atento a alguns pontos importantes:

ü  Domínio dos conteúdos da catequese;
ü  Busca constante de formação e aperfeiçoamento;
ü  Cultivo da espiritualidade;
ü  Conhecer seus catequizandos (interesses, anseios, dúvidas, ...)
ü  Interação Fé + Vida – no encontro da catequese

“A catequese deve iluminar com a Palavra de Deus as situações humanas  e os acontecimentos da vida, para neles fazer descobrir a presença ou ausência de Deus.” (Puebla 997)

II – PREPARANDO UM ENCONTRO DE CATEQUESE

O Encontro deve ser bem preparado:

·          constar de uma programação.
·          ter um plano => determinar o objetivo e a atitude interior.
·          trazer o material necessário.
·          estudar, pesquisar, meditar, confrontar com a vida.

Três momentos significativos:

1º - Antes do Encontro:

Planejar: determinar o objetivo e a atitude interior
 – intimidade com o conteúdo.
  • Ler e estudar o texto bíblico
  • Definir as prioridades e o que é secundário;
  • Adequar a linguagem e a mensagem à realidade do catequizando;
  • Pesquisar músicas, textos, filmes, dinâmicas que auxiliem na comunicação da fé;
  • Programar o encontro, distribuindo o tempo para atividade;
  • Preparar os materiais e o ambiente, antes da chegada dos catequizandos.

Importa não improvisar. Prever é buscar a melhor forma para realizar o encontro de catequese. Os catequizandos percebem quando o encontro foi preparado com amor e dedicação.

2º - Durante o Encontro:

Apresentar o conteúdo permitindo espaço para intervenções e contribuições dos catequizandos.

Para o Encontro de catequese é importante:
*  Disciplina – se estabelece com amor e competência
*  Segurança – o catequista precisa estar envolvido pela mensagem que transmite
*  Valorização – valorizar o que for positivo, sem esquecer de corrigir o que não está correto.
*  Perguntas – claras, objetivas e que conduzam à reflexão.

3º Depois do Encontro:

v  Provocar no catequizando uma reação, vivência do que foi transmitido no encontro.  O encontro catequético  é eficaz quando torna-se fonte de vida cristã.
v  Avaliar a ação catequética para a correção daquilo que não foi satisfatório.
(o que houve de positivo, o que precisa melhorar; como foi o desenvolvimento do encontro, a participação dos catequizandos, a convicção e o preparo do catequista,...).


III – PASSOS DE UM ENCONTRO.

 Diz o Papa João Paulo II no documento Catechesi Tradendae número 5, que “a finalidade da catequese é a de fazer com que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo”. Tendo em vista esta finalidade, é importante que o catequista desenvolva com segurança, entusiasmo e convicção os passos do encontro, a fim de que seja este seja um bom instrumento para facilitar a experiência de Deus que o catequizando deve fazer. Por isso, devemos estar atentos a alguns elementos importantes:

Ø  Incentivação – recurso ou procedimento que desperte em cada catequizando o motivo para a ação catequética.
Ø  Palestra: Desenvolvimento do tema, levando à participação e procurando despertar e manter a atenção do grupo. Não esquecer que todo encontro deve incluir um texto bíblico como fundamentação  e iluminação do tema central. Atenção ao vocabulário que pode ser simples e profundo. Jamais vulgar, agressivo e grosseiro. Devemos fazer com que, as idéias essenciais sejam memorizadas, isto é, guardadas no coração como a pérola preciosa de que fala o Evangelho.
Ø  Oração – é o ponto alto do Encontro. A catequese deve sempre despertar o aspecto celebrativo da fé.
Ø  Atividade prática:
-          na comunidade (visitas, retiros, mutirões, campanhas ... )
-          no grupo ( dramatizações, jogos, música)
-          individual (orações, trabalhos escritos, desenhos... )
Ø  Proposta de ação – fornecer pistas para despertar as atitudes de vida fraterna. É sempre bom sugerir um gesto concreto para a vivência do tema.
Ø  Recursos – são instrumentos que nos ajudam na motivação e exploração dos conteúdos (flanelógrafo, vídeo ...). Devemos usar  adequadamente a voz e o material didático.

IV - CONCLUSÃO

Como se vê, “aquele que apresenta a Boa Nova deve possibilitar a condição favorável ao encontro com o Deus vivo. A catequese segue-se à metanóia, à conversão. Que fazer para promover a mudança de mentalidade, sem a qual a catequese não atinge plenamente sua finalidade? A verdade só se revela inteira ao homem inteiro. A instrução religiosa é um dos aspectos, o mais importante, os outros porém não podem faltar: a pedagogia que leva em conta as diferentes idades e o grau de instrução; Os métodos que se renovam para facilitar o aprendizado sem empobrecer ou alterar o conteúdo; A realidade sócio-econômica, os tempos, os lugares e a cultura” (Me. Ma. Helena Cavalcanti).
Deve-se prestar atenção ao tempo do encontro, de modo a ser o mais adequado possível ao grupo e bem aproveitado. Também, durante o encontro é preciso insistir na ideia-chave, retomando-a de várias maneiras (através da palestra, de uma música, da dramatização, da atividade em grupo ou individual). O documento Catequese Renovada, em seu número 129, afirma que “sempre mais se impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre no seu crescimento global.”(CR )

BIBLIOGRAFIA
. Diretório Geral para a Catequese. Congregação para o Clero;
. Catequese Hoje. João Paulo II;
. Documento de Puebla. CELAM;
. Catequese Renovada, CNBB.
. Escritos de Me. Ma. Helena Cavalcanti;
. O Encontro de Catequese. Marilac Oleniki e Léo Marcelo Machado.

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