COMO FAZER
A
Iniciação Cristã de Adultos
O Pré-Catecumenato
- O Pré-Catecumenato
é um excelente momento de evangelização, escuta e diálogo para que a
pessoa sinta-se amada por Deus e motivada a ingressar no Catecumenato. Por
isso, aquele que vem buscar os Sacramentos deve ser acolhido em qualquer
tempo, sendo impossível estabelecer uma data e uma única maneira de
recebê-lo, para que seja iniciado o processo catecumenal. Para tanto, o
RICA apresenta a figura dos introdutores como ministério específico da
Iniciação Cristã de Adultos.
A figura do Introdutor
- O
introdutor é o semeador que vai preparar o terreno para que a semente da
fé possa florescer e dar frutos[1], anunciando o kérigma com seus principais
conteúdos, auxiliando o candidato na descoberta pessoal da Boa Nova de
Jesus Cristo e acompanhando o processo de conversão[2].
- Em
todas as pastorais, associações e movimentos da Paróquia - em especial
aquelas que recebem os que ainda não estão na caminhada eclesial mas podem
vir a ser despertados para uma vida na fé (Círculos Bíblicos, Encontro de
Casais, Grupos de Oração, Catequese Infantil e outros), podemos encontrar
pessoas que, naturalmente, se enquadram no perfil necessário ao
introdutor:
·
uma
pessoa de fé,
·
já
iniciada na vida cristã[3]
·
constante
à vida litúrgica da comunidade e à comunhão eucarística,
·
orante,
·
atenta
à palavra de Deus e à vida,
·
fiel
ao magistério da Igreja,
·
amiga
dos irmãos e irmãs,
·
solidária
com os pobres,
·
respeitosa
com todas as religiões e aberta ao catolicismo popular,
·
simples
no relacionamento pessoal.
Enfim, pessoas simpáticas,
acolhedoras, que saibam ouvir e dialogar.
- Desse
modo, a evangelização do candidato pode ser feita dentro do próprio
serviço ou espiritualidade que o acolheu inicialmente.
- No
Conselho Paroquial ou em reunião da comunidade devem ser levantados os
nomes de pessoas que se enquadrem nos critérios estabelecidos. Os irmãos
indicados devem ser consultados e, confirmado o dom e a disponibilidade,
devem ser instruídos sobre introdução e acompanhamento na fé. Este seria o primeiro passo para
conseguirmos estabelecer um ministério integrado na pastoral de conjunto.
- Sugere-se,
ainda, que haja uma dinamização que integre os futuros introdutores entre
si para um melhor rendimento em seu serviço pastoral.
A preparação dos Introdutores
- Cabe
à comunidade paroquial (ou ao Vicariato) preparar os seus introdutores,
com um período de formação que abrangerá os seguintes temas:
·
A
meta da Iniciação Cristã: onde queremos chegar?
·
O
que é Catecumenato;
·
O
RICA e suas etapas;
·
O
acompanhamento espiritual e a atitude do Introdutor;
·
A
Sagrada Escritura;
·
Aprofundamento
dos capítulos 5 a 7 do Evangelho de São Mateus.
O primeiro contato com o simpatizante
- A
primeira abordagem com a comunidade é fundamental para o início do
pré-catecumenato. Este contato pode ser feito através da secretaria
paroquial ou de agentes de pastoral que encaminharão a pessoa à equipe da
iniciação cristã. É importante anotar nome, telefone, e-mail ou outra
forma de comunicação para que o introdutor entre em contato com o
simpatizante para marcar uma entrevista.
- Nesta
entrevista individual será preenchida uma ficha (modelo abaixo) e
solicitado um retrato. Isto é importante para que a equipe de catequistas
e introdutores identifique melhor os que estão sendo acolhidos.
Os Encontros de
Acompanhamento
- Se
possível, os não-batizados sejam atendidos individualmente, uma vez que,
no tempo do catecumenato estes deverão formar um grupo distinto dos já
batizados. Pastoralmente, já foi comprovada a necessidade desta separação.
- Na
impossibilidade de se ter um introdutor para cada simpatizante já batizado
que vá receber a Crisma e/ou Eucaristia, ou mesmo aquele que já recebeu os
sacramentos mas deseja aprofundar sua fé, este deve ser inserido em um
grupo (no máximo de 6 pessoas) com o qual tenha maior afinidade, seja por
grau de caminhada, faixa etária, estado civil ou outros critérios
estabelecidos pela paróquia. Quanto mais personalizado for o acompanhamento,
maiores serão os rendimentos e mais solidificada será esta primeira etapa
do processo catecumenal.
- As
ocasiões de contato e de acompanhamento dos simpatizantes também podem
acontecer fora dos limites paroquiais, o que ajuda a desenvolver o zelo
apostólico e a vocação missionária do introdutor que testemunha sua fé em todos os lugares e
circunstâncias.
O exercício do
ministério
- É
importante que o introdutor tenha a consciência de que não é catequista,
por isso não deve ter a preocupação de esgotar todos os assuntos da fé, e
também não é psicólogo, isto é, não está ali para desenvolver nenhum tipo
de tratamento ou terapia. A função
do introdutor, ainda, é diferente daquela exercida pelo ministério do
acolhimento. Ele introduz plenamente na comunidade aquele que foi
inicialmente acolhido.
- O
introdutor é um amigo que, partilhando sua própria experiência com o
candidato, vai ajudá-lo a caminhar na fé, a estabelecer e firmar uma
relação pessoal com Deus e com a comunidade.
- O
acompanhamento espiritual, dado pelos introdutores no início da caminhada
de fé, tem as seguintes finalidades:
·
auxiliar
a atuação do Espírito Santo, que realiza a iniciação da pessoa na vida de
Cristo e da Igreja;
·
ajudar
na compreensão do Evangelho e na adesão à Pessoa de Jesus Cristo;
·
estimular
a pessoa no processo de conversão e vivência do Evangelho;
·
clarear,
motivar e orientar a leitura bíblica e a oração pessoal.
O Conteúdo do Acompanhamento
- Em
qualquer situação, a evangelização deve acontecer num clima de
acolhimento, com linguagem acessível e em tom coloquial para que as
pessoas sintam-se à vontade em participar.
- Durante
o acompanhamento, as dúvidas e questões levantadas pelo simpatizante devem
ser consideradas, mas os seguintes temas querigmáticos iluminarão as
conversas semanais entre introdutor e simpatizante:
1 – O Amor de Deus;
2 – O pecado e suas
conseqüências no mundo;
3 – Jesus Salvador e
Redentor dos homens;
4 – A fé e a conversão;
5 – O Espírito
Santificador;
6 – A Igreja, luz dos povos e
sacramento de Jesus.
- É
sempre importante utilizar a Sagrada Escritura como base de todo o
processo. Para auxiliar, um
pequeno roteiro para as conversas pode ser elaborado tendo como base Mt
5-7, uma vez que esses capítulos concentram os seguintes ensinamentos:
quem somos, como somos amados, como devemos enfrentar as situações e quais
devem ser as nossas atitudes para que possamos dar testemunho de Jesus
Cristo.
Indicações
importantes
Sobre Deus
- Levar
a pessoa a externar sua noção de Deus por meio de interpelações do tipo:
Deus existe? Como você conhece a Sua existência? Como você chega à
Ele? Qual a importância de Deus em
sua vida?
- Tentar
identificar, então, o que há de verdadeiro na concepção manifestada e
quais as possíveis deformações. Algumas poderiam ser, por exemplo, uma
compreensão equivocada da natureza de Deus [ex.:“é uma força, uma energia”
(noção impessoal da divindade), “somos parte de Deus” (no sentido
panteísta), etc, ou dos atributos divinos, como dúvidas sobre a bondade ou
a justiça divinas, e outras. É útil ter presente, aqui, o histórico
religioso da pessoa, porém com total acolhimento e fraternidade.
- Incentivá-la
a falar de sua relação com Deus, de sua experiência de vida com Ele: Qual
é sua atitude predominante diante dEle? Indiferença? Medo? Interesse?
Gratidão? Admiração? Louvor? Alegria?
- Tentar
identificar os pontos positivos desta relação com Deus e as eventuais
dificuldades. Neste ponto, deve-se considerar, ao lado das dificuldades
manifestadas, o histórico familiar da pessoa. Pode ocorrer que sentimentos
de revolta, rancor, carências diversas, problemas com familiares e, por conseguinte,
com autoridades em geral, estejam à raiz de um relacionamento difícil com
Deus, ou melhor, com a figura falseada que d’Ele se tem.
- É
importantíssimo que todo o diálogo desemboque na consideração do amor e da
bondade de Deus. Pela oração e pelo diálogo, a pessoa deve ser ajudada a
perceber-se amada por Deus. Pode-se acenar na direção do kérigma: o Amor
de Deus manifestado na Cruz de Cristo. Levar a pessoa à percepção de que
sua busca pelo Batismo/Crisma/Eucaristia é uma resposta à ação do Amor de
Deus em sua vida e que, portanto, “Deus nos amou primeiro”. Antes que você O procurasse, Ele o
procurou e você não O procuraria se, antes, Ele já não o tivesse buscado e
tocado.[4]
A Bíblia
- Apesar
do RICA dar ênfase à Bíblia somente a partir da celebração de entrada no
catecumenato, onde se intensifica uma familiaridade maior com a Palavra de
Deus, convém que o introdutor verifique se a pessoa acompanhada tem o
hábito de lê-la e como o faz, motivando-a para que comece a prestar mais
atenção ao que Deus nos fala, principalmente através da Liturgia da
Palavra.
- Caso
não tenha o costume de ler a Bíblia:
·
falar
do seu valor, lembrando que foi o Espírito Santo quem a inspirou[5];
·
ensinar
a manusear a Sagrada Escritura;
·
indicar
passagens especiais e onde se encontra a citação das leituras diárias;
·
sugerir
a leitura diária do texto sagrado, propondo que comece a ler o Evangelho do dia
e a procurar nele a mensagem de Deus para
sua vida;
·
sugerir
que seja guardada de memória uma frase da leitura (ou mesmo uma palavra) para
ser lembrada ao longo do dia, podendo ser um ponto de partida para breves
orações.
Oração pessoal
- Verificar
se a pessoa tem o costume de orar, como, quando e de que modo é sua oração
- a quem se dirige, se usa orações decoradas ou espontâneas.
- Sabemos
que a entrega do Pai Nosso corresponde a uma fase precisa do catecumenato.
Mas nada impede que tal oração já seja ensinada antes como modelo e
inspiração da oração cristã, dada que é uma oração conhecida por todos, em
especial, pelos adultos. Também pode ser apresentado o conhecido esquema
de uma boa oração pessoal:
·
louvor
e ação de graças;
·
reconhecimento
dos pecados e pedido de perdão (não substitui o Sacramento da reconciliação ou
penitência que somente os já batizados podem receber);
·
apresentação
das necessidades próprias e/ou alheias.
- Incentivar
o desenvolvimento da sensibilidade para a presença atuante de Deus nos
fatos da vida, além do momento diário reservado à oração propriamente
dita. O processo de conversão inclui uma atenção permanente, portanto, nos
diversos acontecimentos do nosso dia a dia podemos perceber que Deus está
constantemente falando conosco através do que ouvimos, vemos, lemos ou
podemos constatar.
Atitudes do introdutor
- No
primeiro encontro:
·
apresentar-se
com simplicidade;
·
pedir
que a pessoa acompanhada fale de si mesma (nome, família, trabalho,
expectativas...);
·
pedir
que fale de sua história religiosa e do porquê veio para a comunidade;
·
ajudá-la
a falar de seus desejos, esperanças, alegrias, dores e lutas;
·
como
um amigo que partilha experiências com outro, falar de sua própria experiência
com Jesus;
·
falar
sobre o acompanhamento espiritual (o que é, como e onde vai acontecer);
·
colocar-se
à disposição da pessoa e marcar a próxima conversa.
- Em
caso de acompanhamento individual, de comum acordo, interessado e
introdutor devem combinar o horário que melhor se adapte às suas
disponibilidades: uma vez por semana, a cada quinzena ou uma vez por mês.
O que está previsto para cada conversa pode ser dividido em duas ou mais.
O importante é que aconteça de forma natural e profunda.
- A
cada novo encontro perguntar:
·
pela
vida da pessoa;
·
como
tem sido o conhecimento de Jesus e seu Reino;
·
como
tem vivido a fé na sua vida (progressos, dificuldades, crises, decisões...);
·
como
vai a leitura bíblica;
·
como
vai a oração pessoal.
- Ao
longo do acompanhamento e, em cada conversa, os introdutores devem ter as
seguintes atitudes:
·
começar
e terminar sempre cada conversa com uma oração conhecida, podendo ser
acrescentada alguma prece espontânea;
·
ter
a Bíblia sempre à mão;
·
assumir
uma atitude de abertura e simpatia para com a pessoa acompanhada;
·
ouvir
com paciência, sem tentar corrigir imediatamente ou de modo inadequado,
possíveis conceitos errôneos que surjam[6],
acolhendo sem preconceito suas experiências religiosas e suas motivações;
·
falar
sempre com simplicidade, evitando “lição de moral” e todo tipo de
superioridade;
·
interessar-se
por aquilo que a pessoa fala de si e de sua vida e valorizá-la.
- Atitudes
pessoais:
·
lembrar
em sua oração das pessoas que acompanha;
·
lembrar,
sempre que possível, nas Preces da Comunidade e em outros momentos de oração
comunitária, de todos os que estão fazendo o caminho da fé.
O
acompanhamento espiritual
- Como
as conversas são informais e não têm um caráter específico de formação,
deve ser anotada a data em que as mesmas ocorreram. As informações importantes devem ser
anotadas logo após para que nada se perca, porém não devem ser feitas na
presença do candidato.
- Exemplo
de dados a serem registrados:
·
o
motivo que o levou a procurar a Igreja;
·
quem
incentivou para que participasse do processo;
·
idade;
·
estado
civil - se é casado no civil e na igreja;
·
número
de filhos, se houver;
·
escolaridade;
·
trabalho;
·
como
se relaciona;
·
se
já freqüentou ou freqüenta outras religiões;
·
quais
os Sacramentos que já recebeu;
·
como
participa da Igreja e o que espera dela;
·
dificuldades
apresentadas que devem ser trabalhadas.
- Os
tópicos apresentados não são obrigatórios nem esgotam todas as
possibilidades, cabendo ao introdutor discernir o que deve ser anotado. O
introdutor anexará na ficha do simpatizante todas as observações
relevantes após as conversas semanais. Qualquer impedimento constatado
deverá ser levado, posteriormente, ao pároco e à equipe da Iniciação
Cristã de Adultos para que seja estudado o melhor meio de
se resolver a situação.
- Os
introdutores se reunirão periodicamente com os catequistas e o sacerdote
assistente para troca de informações sobre os seus simpatizantes.
O acolhimento na comunidade
- O
próximo passo é o acolhimento destes irmãos e irmãs, em nível comunitário.
Isso deve ser feito segundo as condições e conveniências locais, em alguma
reunião ou encontro da comunidade. Apresentado por um amigo ou pelo
introdutor, o interessado é saudado e recebido, com palavras espontâneas,
pelo sacerdote ou algum membro designado pela comunidade. Neste
acolhimento, o interessado não manifesta ainda sua fé, mas somente sua
reta intenção[7] -
seu desejo de participar do catecumenato.
- Uma
vez que o adulto pode ser recebido a qualquer tempo, poderia ser feita,
periodicamente, a critério da equipe, uma reunião com todos os que estão
sendo acompanhados, pois seria um modo simpático de se apresentar os mais
novos e, assim, todos poderiam partilhar a experiência de cada um.
Conclusão do
Pré-Catecumenato
- O
Pré- Catecumenato não tem um período de tempo determinado, mas estima-se
que a sua duração mínima seja de dois a três meses, caso os encontros
sejam semanais.
- Terminando
este tempo, os introdutores deverão perguntar a cada simpatizante se ele
se considera preparado e disposto a avançar em sua caminhada na vida
cristã, assumindo o compromisso de uma formação mais intensa.
- Com
base no parecer do simpatizante e a partir de uma avaliação pessoal, fruto
de seu convívio com o mesmo, os introdutores se reunirão com os
catequistas e o padre para avaliar se os pressupostos dos n. 68 e 69 do
RICA foram alcançados e chegarem a um consenso sobre aqueles que estão
aptos a participar do Rito de Admissão ao Catecumenato.[8]
- Aqueles
candidatos que ainda não estão aptos ou necessitam de um tempo maior devem
ser orientados a continuar no tempo do pré-catecumenato por mais algum
tempo.
- Antes
da admissão ao catecumenato, convém se promover um encontro de
confraternização de todos os simpatizantes para entrosamento, apresentação
dos catequistas e dos grupos que serão formados e explicação do rito. A presença e a palavras de acolhimento do
pároco são de fundamental importância neste dia.
- A
proximidade do Rito de Admissão ao Catecumenato é o momento propício para
se solicitar a certidão de nascimento não batizados, assim como a certidão
de batismo dos já batizados. Muitos vão demorar a conseguí-la e os
problemas que, porventura, surjam poderão ser sanados durante o tempo do
catecumenato. Com a certidão em mãos, os catequistas poderão preencher os
dados que faltam na ficha dos catecúmenos/catequizandos (filiação, data de
nascimento).
- Será
interessante também que a pastoral da comunicação da paróquia organize um
meio de divulgar para a comunidade quem são os simpatizantes, colocando um
cartaz em um local visível ou através do jornal paroquial, para que a
comunidade os reconheça e possa demonstrar sua alegria em recebê-los.
- A
celebração do Rito de Admissão ao Catecumenato pode ser realizada durante
a missa ou fora dela como indica o próprio RICA. Contudo, é recomendável que se faça
durante uma das missas dominicais. A descrição do rito encontra-se no
RICA, n. 73 a 97.
- É
importante que seja considerada e distinção feita pelo Capítulo IV do RICA
no que diz respeito aos candidatos que já foram batizados na infância.
Estes devem participar do Rito de Admissão ao Catecumenato ao lado dos
demais apenas a partir da "entrega do livro da Palavra de Deus"
(n. 93) porque no dia de seu batismo eles já foram conduzidos por Deus,
receberam a fé e foram assinalados com o sinal da cruz.
- É
muito importante que cada etapa seja preparada cuidadosamente e celebrada
solenemente para que, tanto os candidatos como a comunidade, tomem
consciência da importância e da riqueza dos ritos.
- A
paróquia deve providenciar também um livro em que fique registrado: a data
da admissão e o nome do celebrante do rito, o nome do admitido, para quais
sacramentos está se preparando, o nome do introdutor.
(Rito
de Admissão ao Catecumenato)
O Catecumenato
- Os
simpatizantes admitidos ao catecumenato, agora candidatos à recepção dos
sacramentos da iniciação cristã, serão chamados catecúmenos, se ainda não
batizados, ou catequizandos se ainda lhes falta completar a iniciação
(Primeira Comunhão e/ou Crisma), e começam um novo momento no seu processo
de caminhada cristã.
- “Para
todos a catequese quer garantir uma formação integral, num processo em que
estejam presentes a dimensão celebrativo-litúrgica da fé, a conversão para
atitudes e comportamentos cristãos e o ensino da doutrina: é a inspiração
catecumenal que deve iluminar qualquer processo catequético.”[9]
- Todos
aqueles que iniciaram o catecumenato serão, agora, conduzidos por um
catequista que os acompanhará durante esta etapa. No entanto, o vínculo
que foi estabelecido com o seu introdutor não deve ser perdido.
- No
tempo do catecumenato os grupos podem ser organizadas de acordo com vários
critérios: faixa etária, horários disponíveis, catequistas mais adequados
aos grupos, etc., mas é fundamental que os não batizados formem um grupo
distinto dos já batizados.
- Para
melhor acompanhamento, cada grupo não deve ter mais que xx catecúmenos ou
catequizandos.
- Os
encontros devem ter duração de 2 a 3 horas, no máximo, e ser orientados
(ministrados) pelo catequista, com o máximo de recursos possíveis
(audio-visual, dinâmicas de grupo) para uma maior apreensão do tema
proposto e integração do grupo, levando à participação de todos, pois este
é um período onde se procura solidificar um maior comprometimento com a fé
e responsabilidade por parte dos catecúmenos/ catequizandos.
- Temas das Catequeses
I
- História da Salvação – Credo –
Eu creio, nós cremos
A) Início
dos Tempos: Creio em Deus Pai
-
Criação e pecado
-
Patriarcas
-
Exílio e libertação (Antiga Páscoa, Aliança e Mandamentos)
-
Juízes e Terra Prometida
-
Reis e a divisão de Israel
-
Profetas e a vinda do Messias
B) Plenitude
dos Tempos: Creio em Jesus Cristo
-
A encarnação do Verbo – Maria, Mãe de Deus
-
A pregação de João Batista
-
O anúncio do Reino
-
Discipulado e seguimento
-
Anúncio da Paixão – subida à Jerusalém – Última Ceia
- Jerusalém – Paixão e Morte
-
Ressurreição e Dom do Espírito Santo aos Apóstolos
-
Ascensão e envio
C)
Os últimos Tempos: Creio no Espírito Santo, Creio na Igreja Católica
-
Pentecostes
-
Missão dos Apóstolos
-
Maria, Mãe da Igreja
-
Igreja: luz dos povos
-
Igreja: hierarquia, ministérios, carismas e serviços
-
A Igreja no mundo de hoje
-
Os Novíssimos
(Celebração de entrega
do Credo somente para os catecúmenos, RICA, n. 181-187)[10]
Pendência: RICA 302
indica que pode ser entregue também aos já batizados
II
– Liturgia – Celebrando a nossa fé
A)
Introdução
aos sacramentos - Jesus nos dá a vida de Deus
- Os sacramentos da iniciação
cristã: Batismo,Crisma,Eucaristia
- Os sacramentos da cura: Penitência,
Reconciliação, Unção dos enfermos
- Os sacramentos de serviço
e comunhão: Ordem, Matrimônio
B)
Liturgia
da Missa
C)
As
outras celebrações litúrgicas
- Os sacramentais
- Os funerais cristãos
- A última Páscoa do cristão
- A celebração dos funerais
D)
Ano
litúrgico
III
– Mandamentos - Vivendo a nossa fé
-
Os 3 primeiros mandamentos(amor a Deus)
-
Os 7 últimos mandamentos(amor ao próximo)
-
O Mandamento do Amor
-
Os Mandamentos da Igreja
IV
– Oração Cristã
-
A oração na vida cristã (Importância, expressões, formas e fórmulas da oração)
-
A oração do Senhor: O Pai-Nosso
(Celebração
de entrega do Pai Nosso somente para os catecúmenos, RICA, n.190-192)[11]
PENDÊNCIA:
(RICA 302 indica que pode ser entregue também aos já batizados).
- Além
destes temas, outros podem ser acrescentados, de acordo com as
necessidades do grupo e o momento histórico-eclesial que vivemos,
baseando-se no princípio metodológico da interação entre fé e vida [12].
- É
indispensável, também, a participação nas celebrações dominicais como
indica o n. 107 do RICA.
- Torna-se
importante uma reunião mensal dos catequistas, para troca de informações
sobre o desenvolvimento dos candidatos, além de espaço para planejamento,
estudo e oração.
- “Sendo
apostólica a vida da Igreja, aprendam também os catecúmenos (e
catequizandos), pelo testemunho da vida e pela profissão da fé, a cooperar
ativamente para a evangelização e edificação da Igreja[13]”.
Portanto, eles devem ser estimulados a participar das pastorais durante este tempo.
O Desenvolvimento da
Catequese
- Recomendamos
que os encontros de catequese sejam concluídos ou iniciados com
uma breve "Celebração da Palavra" como indicado no nº 100, com a
finalidade de levá-los a uma maior participação no tempo litúrgico, a
partir dos temas catequéticos desenvolvidos. PENDÊNCIA: Dá idéia de que são em todos os encontros. Como os
catecúmenos e catequizandos e crismandos participam da Santa Missa, não
será necessário Celebração da Palavra em todos os encontros, além do mais,
tal procedimento estenderia por demais os encontros. O número 100 diz que
haja celebrações da Palavra, mas não em todos os encontros. Ver também
106-108.
- Também
é indicado que, ao final de cada encontro, lhes seja dado um versículo ou
um trecho da Sagrada Escritura para que meditem e discutam no próximo
encontro.
- Ao
final de cada catequese, o catequista, se for autorizado pelo pároco,
poderá realizar no próprio encontro catequético, a oração de exorcismo e
de benção, seguindo o modelo proposto pelos n. 101 e 102. Se oportuno for, estas duas ações
(exorcismo e benção) podem ficar reservadas ao sacerdote para serem feitas
aos domingos após a homilia da missa em que se encontrarem os catecúmenos.
Estas ações são aplicáveis somente aos catecúmenos.
- Durante o tempo do catecumenato, é recomendável
que sejam promovidos dias de aprofundamento e convivência, retiros, horas
santas, terços, para que os catecúmenos/catequizandos possam aprofundar na
espiritualidade e convivência fraterna.
- Durante este tempo, é importante que a família
e os padrinhos também sejam envolvidos.
A escolha do Padrinho
- Durante
o tempo do catecumenato o catecúmeno escolherá o seu padrinho ou madrinha
como indica o RICA, n. 104 e 299. O padrinho irá desempenhar o seu papel
segundo o indicado no n. 43 do RICA.
Conclusão do
Catecumenato – Rito da Eleição
- Terminado
o tempo correspondente ao período do catecumenato, os catequistas deverão
perguntar a cada candidato se ele considera-se preparado e disposto a
assumir o compromisso de uma preparação mais imediata para a iniciação
sacramental. Depois, junto com o sacerdote, o grupo de catequistas
avaliará se as disposições do n.134 e 137 foram alcançadas e chegarão a um
consenso sobre aqueles que estão aptos para participarem do Rito de
Eleição (Cf. n. 23 da Introdução, RICA).
- Toda
organização do Processo da Iniciação Cristã deve ser de tal forma disposta
que favoreça ao máximo a coincidência do Rito da Eleição com o primeiro
Domingo da Quaresma ( Cf. n. 133 e 139). Contudo, se o rito não for
celebrado nesse domingo, conforme o indicado no n.140, a celebração do
Rito da Eleição poderá ser feita em um outro dia. Caso as leituras da
missa do dia não forem adequadas, escolham-se outras indicadas para o
Primeiro Domingo da Quaresma no próprio Lecionário Dominical. Pode-se,
ainda, ser celebrada a missa ritual própria (Cf. n.
140141). Lembramos apenas que torna-se necessária a exclusão ou adaptação dos textos e trechos que façam menção a Quaresma se o rito não estiver sendo feito no período imediatamente anterior a Quaresma.
- O
Rito começa após a homilia quando será feita a apresentação dos candidatos
ao padre presidente da celebração. Esta apresentação deve ser feita tanto
para o catecúmeno propriamente dito quanto para os já batizados na
infância; contudo, para estes o texto precisa ser devidamente adaptado,
trocando-se a frase “lhes seja permitido participar dos sacramentos do
Batismo, da Confirmação e da Eucaristia” por “lhes seja permitido
completar o seu processo de Iniciação Cristã participando dos sacramentos
da Confirmação e da Eucaristia.” (Cf. n.143), seguindo-se o rito sem
alterações.
- “Depois
da celebração do rito sejam oportunamente anotadas em livro próprio os nomes dos catecúmenos, com a indicação do
ministro, dos introdutores e dia e lugar da admissão” (RICA, nn. 17 e 22).
Purificação e Iluminação
- Este
é o tempo de preparação imediata anterior à recepção dos Sacramentos. Para
os catecúmenos, os não-batizados que se candidatam à Iniciação Cristã,
este tempo deve ocorrer, na Quaresma. Para os catequizandos, candidatos à
Eucaristia e Crisma, este tempo poderá ocorrer em outra época do ano
litúrgico.
- Nesse
tempo, os que são catecúmenos se entregam ao recolhimento espiritual com a
comunidade dos fiéis, a fim de se prepararem para as festas pascais e a
iniciação nos sacramentos. Para isso lhes são proporcionados os
escrutínios (Cf. n. 152). Em cada uma das celebrações, neste tempo, os
catequizandos, acompanharão os catecúmenos em sinal de fraterna comunhão.
- Os
escrutínios tem a finalidade sobretudo espiritual, para se purificar os
espíritos e os corações, fortalecer contra as tentações, orientar os
propósitos e estimular as vontades, para que os catecúmenos se unam mais
estreitamente a Cristo e reavivem seu desejo de amar a Deus (Cf. n. 154).
- Os
escrutínios são ao todo três, e devem ser celebrados nos 3º, 4º e
5ºdomingos da Quaresma por causa dos temas da Liturgia da Palavra destes
domingos (é importante que seja feito o uso dos textos do Ano A do
Lecionário Dominical para estas celebrações, em favor dos eleitos).
Recomenda-se que uma das missas dominicais seja escolhida para a cerimônia
do escrutínio dos eleitos (Cf. nn. 157-159).
- O
rito começa logo após a homilia, conforme indica o n. 162 a 164. Com
relação à saída dos eleitos mencionada no n. 165, fica a critério de cada
comunidade estabelecer o costume ou não. Contudo, a saída não pode ser
determinada para os que já foram batizados na infância.
- Com
o encerramento dos temas catequéticos, este momento se destina a uma intensa
preparação espiritual. No Ano A, a liturgia dominical segue com os
seguintes temas, a saber:
1°
domingo: As tentações de Cristo: Mt 4,1-11
- Rito de Eleição
2°
domingo: A Transfiguração do Senhor: Mt 17, 1-9
3°
domingo: Cristo é água viva: Jo 4,1-42 (A samaritana) - 1° escrutínio
4° domingo: Cristo é a Luz do
mundo: Jo 9,1-41 (Cura do cego de nascença) - 2° escrutínio
5° domingo: Cristo é a
ressurreição e a vida: Jo 11,1-43 - 3°
escrutínio
- Quando
o tempo da purificação dos já batizados não for possível se realizar na
quaresma, pode-se, assim mesmo seguir a sugestão acima. Além de trabalhar
os seguintes temas:
.A
vida nova em Cristo: Col 3,1-17 (O homem novo)
.A vida no Espírito Santo: Rm 8,8-11
.Os frutos da carne e os frutos do espírito
(Gal 5,16-26) / Is 61,1-3 / Is 11,1-3
- No
caso dos catecúmenos, a recepção dos Sacramentos da Iniciação Cristã:
Batismo, Crisma e Eucaristia, ocorre durante a celebração da Vigília
Pascal, pelo próprio Pároco. Os já batizados poderão ter a data da
Primeira Eucaristia e Crisma marcadas em outra época, de preferência
durante o tempo pascal.[14]
Rito de
Preparação Imediata
- Estes
ritos são propostos para uma maior preparação, recolhimento e oração dos
eleitos para a cerimônia do Sábado Santo, por isso devem ser feitos pela
manhã. Todos os eleitos são chamados a participar. A celebração se inicia
conforme o indicado no n.194. A cerimônia segue como está prescrita no
livro do RICA até o "rito do Éfeta" no n. 202. Por razões
culturais, omite-se a "escolha do nome cristão" (n. 203 ao 205).
Logo após seja feita a "Unção pré-batismal" (Cf. 206-207 e 218),
apenas nos eleitos que forem catecúmenos, conforme indicado nos n.
130-131. Terminada a unção o presidente despedirá a assembléia para o
reencontro na celebração da Vigília Pascal.
A Celebração da Iniciação Cristã
- A
Celebração deverá seguir as instruções do RICA (Cf. 210-234) na Vigília
Pascal. Destacamos apenas que os já batizados não deverão tomar parte em
nenhum dos ritos batismais, a não ser juntamente com toda a assembléia na
hora da renovação do batismo.
A Mistagogia
- Neste
tempo os iniciados se reunirão com um catequista, para, de modo dinâmico e
interativo, aprofundarem os elementos celebrados na cerimônia de iniciação
cristã e desenvolverem mais intensamente a vida cristã que iniciaram.
- Temas
a serem desenvolvidos pelo grupo, sempre em paralelo com o Ano Litúrgico e
suas celebrações:
Grupo
A: Quando a mistagogia ocorre no tempo pascal:
Primeira semana:A paz esteja convosco...(Jo 20,19-25)
Segunda semana:Felizes os que não viram e creram...(Jo 20,26-29)
Terceira semana: Fica conosco Senhor... (Lc 24,13-35)
Quarta
semana: Minhas ovelhas ouvem a minha voz... (Jo 10,1-30)
Quinta semana: A videira e os ramos... (Jo 15,1-8)
Sexta semana:(Oração Sacerdotal) Confirma-nos na verdade...(Jo 17,1-26)
Sétima
semana: Ide e pregai o evangelho... (Mt 28,16-20 / Mc 16,15-20 / Lc 24,46-53)
Grupo B: Quando o tempo da mistagogia
não for possível se realizar no tempo pascal, pode-se assim mesmo, seguir a
sugestão acima, além de trabalhar os seguintes temas:
. A importância dos carismas - Vocação do cristão :( Rm 12,3-13 / 1Cor 12,4-11)
. A Igreja no mundo - A evangelização inculturada: Serviço, diálogo, anúncio,
testemunho de comunhão
. A vocação como dom de Deus
.Ser cristão é ser missionário (Mt 28,16-20)
[1] Cf. Mt 13, 4-9
[2] Cf. RICA 42
[3] Que já tenha recebido
os Sacramentos da Iniciação Cristã
[4] cf. Confissões de Santo
Agostinho
[5] DV 11 “Na redação dos livros sagrados Deus escolheu
homens dos quais se serviu, fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades,
a fim de que, agindo Ele próprio neles e por eles, escrevessem, como
verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele próprio quisesse.”
[6] DGAE/RJ 31
[7] RICA 11,12
[8]
“Para esse primeiro passo, requer-se que os candidatos já possuam os rudimentos
da vida espiritual e os fundamentos da doutrina cristã, a saber: a fé inicial
adquirida no tempo do pré-catecumenato, o princípio de conversão e o desejo de
mudar de vida e entrar em relação pessoal com Deus, em Cristo; já tenham,
portanto, certa idéia de conversão, o costume de rezar e invocar a Deus, e
alguma experiência da comunidade e do espírito dos cristãos” (RICA, nº 15).
[9]
Diretório Nacional de Catequese, CNBB, nº 45
[10] Seja esta celebração feita
na presença da comunidade dos fiéis depois da liturgia da Palavra em uma missa
durante a semana, porque, se preciso for, poderão ser feitas leituras
apropriadas (sugeridas no próprio Ritual). Nesta cerimônia terão participação integral
os catecúmenos propriamente ditos.
PENDÊNCIA: ((Aqueles que já tiverem sido batizados na infância,
logo após a profissão de seus companheiros, serão convidados a renovar as
promessas do batismo em sinal de testemunho e compromisso com o Senhor que os
chama à vida cristã. Logo após seja feita a “Oração sobre os Catecúmenos” n.
187, com as devidas adaptações de texto para aqueles já batizados, conforme
indicada no próprio Rito da Entrega do Símbolo Apostólico.)) Não entendi
esta parte. Os catecúmenos farão
profissão ? No RICA 183 diz que os eleitos receberão o Símbolo (neste
dia) e o recitarão no dia do Batismo.
No 186 expressa que quem preside diz ao catecúmenos que eles escutarão
as palavras da fé e começa dizendo o Símbolo e continua sozinho ou com a
comunidade.
[11] Seja também esta celebração feita na presença
da comunidade dos fiéis depois da liturgia da palavra em uma missa durante a
semana, porque, se preciso for, poderão ser feitas leituras apropriadas
(sugeridas no próprio Ritual). Nesta cerimônia terão participação integral os
catecúmenos propriamente ditos e também aqueles que foram batizados na infância
e agora completem a sua iniciação, contudo para estes o texto deverá ter
pequenas correções para fazer menção ao batismo já recebido e evidenciar o
compromisso com o plano do Senhor.
[12]
Diretório Nacional de Catequese, CNBB, nº 152
[13] RICA,
n.19
[14]
RICA, n. 304
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